Diego Macedo Gonçalves do Carmo, de 39 anos, conhecido como “Brahma” sofreu sanções do governo americano nesta quinta-feira (13), após ser apontado como responsável por lavar dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo comunicado do órgão do governo do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos.

“Brahma”, que cumpre pena no Brasil por tráfico de drogas, tem imóveis nos Estados Unidos e a determinação do governo norte-americano é de que todas as propriedades e interesses em propriedades dele ou de pessoas ligadas ao criminoso sejam bloqueadas. 

Além de pedir que os casos sejam relatados ao Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos EUA (OFAC, na sigla em inglês), o governo dos Estados Unidos anunciou que os envolvidos em eventuais transações podem sofrer punições cíveis e criminais. 

No entanto, antes de ser considerado um “operador-chave” responsável pela lavagem de “centenas de milhões de dólares” para o PCC, classificado pelas autoridades dos EUA como “a mais notória organização criminosa do Brasil e uma das maiores da América Latina”, Carmo cometeu outros crimes no Brasil.

Os crimes de “Brahma”

A CNN realizou buscas nos Tribunais de Justiça do Brasil e encontrou informações em processos em que Carmo aparece como investigado, réu ou condenado. 

Carmo, ou “Brahma”, que em determinado momento ostentou uma foto de cerveja no perfil do “WhatsApp”, o que deu origem ao apelido, já percorreu presídios no Brasil, por crimes como homicídio, tráfico de drogas, entre outros crimes cometidos na região de Campinas, interior de São Paulo. 

Para o Ministério Público de São Paulo (MPSP), “Brahma” já foi um nome relevante na compra e venda de drogas realizada pela facção criminosa na cidade do interior de São Paulo. Em uma investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de 2018, que identificou os tentáculos do PCC na região de Campinas, “Brahma” negociou 72 quilos de drogas com um intermediário.  

Brahma negocia droga / Reprodução

A investigação mostra diversas conversas em que “Brahma” é apontado como o braço direito de outra liderança da facção no interior, o “Holanda”. Em um dos diálogos, sobre a chegada de drogas em um ponto de vendas em Campinas, um suspeito pergunta ao interlocutor se ele ocupava o lugar do “Brahma” ou se estava junto (fechava) com ele. Holanda responde que ambos “fechavam” juntos, o que para o MP revela a importância do criminoso dentro da facção.

Brahma fecha junto com Holanda
Brahma fecha junto com Holanda / Reprodução

Sequestro, homicídio e planos para resgate

Em 2012, Carmo foi condenado por um homicídio ocorrido dois anos antes. Em 2010, ele e outros suspeitos sequestraram e mataram cinco pessoas que haviam se passado por policiais para extorquir os membros da facção que atuavam em Jundiaí.

Segundo a sentença do caso, Carmo, que já era uma das lideranças do PCC na cidade, e outros suspeitos foram condenados pelos crimes de organização criminosa, para o fim de praticar crimes, sequestro, tortura e homicídio. 

O crime teria sido autorizado por outra figura relevante dentro da estrutura do PCC, “Gegê do Mangue”, que teria determinado o sequestro das vítimas para que fosse realizado o tribunal do crime.

Anos mais tarde, já em outro patamar na escalada do crime organizado e movimentando a “cifra aproximada de 1 bilhão de reais”, segundo o MP, “Brahma” foi preso por ser apontado como um dos participantes a um mega roubo de banco na cidade de Uberaba, em 2019. 

Em 2020, cumprindo pena em um presídio estadual, autoridades chegaram a temer uma fuga ou tentativa de resgate do preso, que ocupava cargo relevante na estrutura criminosa. Drones foram vistos sobrevoando o presídio e a orientação foi de que ele fosse reencaminhado a um presídio federal. 

Mais tarde, Carmo foi levado ao presídio Federal de Rondônia, onde segue cumprindo a pena pelos crimes cometidos. 

Outro Lado

A CNN não localizou os atuais representantes de Carmo. O espaço segue aberto para eventuais posicionamentos.

(Colaborou Rafael Villarroel)

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Fonte : CNN BRASIL

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