Com o fim da Segunda Guerra, os italianos ficaram sem salas de cinema. Então um editor de revistas teve uma grande ideia: reproduzir alguns frames de cada filme e contar sua história aplicando balões e legendas como nas histórias em quadrinhos. Nascia uma nova forma de arte narrativa – a fotonovela.

Em 1952 o jovem cineasta Federico Fellini (1920-1993) realizou (com parceria no roteiro de Tulio Pinelli e de Michelangelo Antonioni no argumento) uma comédia sobre essa nova mídia – Lo Sceicco Bianco, traduzido no Brasil como O Abismo de um Sonho. Conta a história da recém-casada Wanda (Brunella Bovo), que vai a Roma para conhecer a família do marido Ivan (Leopoldo Trieste).

Leopoldo Trieste como Ivan Cavalli

Só que Wanda também quer entregar um presente ao seu ídolo, Fernando Rivoli (Alberto Sordi), o ator canastrão conhecido como O Xeique Branco na sua fotonovela favorita. E a recém-casada Wanda vive uma aventura no mundo de fantasia enquanto seu marido a procura desesperadamente por Roma.

O Abismo de um Sonho é um filme no qual Fellini mostra o talento que o tornaria famoso, sem os maneirismos de suas obras mais conhecidas (La Dolce Vita, Amarcord, Satyricon, etc). É uma comédia leve, onde o lendário Alberto Sordi rouba todas as cenas em que participa. As cenas dos bastidores da produção da fotonovela (a partir do minuto 30) são especialmente divertidas.

Disponível no Belas Artes a la Carte em cópia remasterizada.

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Fonte : Revista Oeste

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