A cor dos olhos dos seres humanos pode afetar a capacidade de leitura. Em algumas populações europeias, a tonalidade água-marinha tem predomínio, mas os cientistas ainda não sabem explicar o porquê. Em um estudo recente publicado no Reino Unido, pesquisadores sugerem que pessoas com olhos azuis podem ter uma ligeira vantagem em ambientes com pouca iluminação.

Os cientistas Kyoko Yamaguchi e Faith Cain, da Universidade John Moores de Liverpool, estudaram 39 voluntários durante um teste oftalmológico de 30 segundos de duração com intensidades de luz decrescentes. O grupo era formado por 25 pessoas com olhos azuis e 14 pessoas com olhos castanhos claros.

Os voluntários com olhos azuis brilhantes foram capazes de ler códigos escritos numa parede sob luz significativamente opaca, diferentemente dos seus colegas de olhos castanhos. O coeficiente de capacidade de leitura dos olhos azuis foi de 0,7, contra 0,82 dos olhos castanhos.

cor dos olhos
Pessoas com olhos mais claros têm tendência de resistir a doenças | Foto de Jordan Whitfield na Unsplash/Reprodução

A cor dos olhos também está associada à resistência contra doenças

O estudo sugere que a perda de pigmentação na íris foi uma característica selecionada em algumas populações a fim de maximizar a visão em ambientes com pouca luminosidade. Na íris há quantidades variadas de proteínas, como a melanina — responsável pela cor dos olhos.

Os acadêmicos especulam que a evolução concedeu aos seres humanos íris pigmentadas por um bom motivo: pessoas com olhos escuros têm menor incidência de doenças como câncer e degeneração macular (doença que afeta a retina e provoca perda de visão). Assim, é provável que uma íris mais escura dê certo grau de proteção ao seu portador.

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Os cientistas ainda não sabem explicar como as adaptações ocorreram. Popularmente, os olhos azuis foram associados ao prestígio e à beleza, conferindo proteção contra o mau humor nas estações escuras do inverno. Por fim, o estudo apresenta também a hipótese de que a pequena era do gelo ocorrida na Europa no período medieval contribuiu para as mutações de cor das íris das pessoas, aumentando o espectro de diversidade do corpo humano moderno.

O artigo científico completo foi publicado no veículo bioRxiv.

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Fonte : Revista Oeste

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