Atualmente, a tentativa de exercer a liberdade de expressão no Brasil nos transporta, de maneira inevitável, para as sombras da clandestinidade. Uma realidade que outrora parecia distante, confinada às páginas dos livros de história sobre regimes autoritários, gradativamente começou a nos envolver, até que nos vimos confrontados com cenários absurdos, como a prisão de idosos e crianças em uma espécie de campo de concentração em Brasília, algo que, inexplicavelmente, passou a ser encarado como “até aceitável”. Por medo, ninguém se manifestou contra.

Na China comunista, existe uma rede de católicos clandestinos — famílias inteiras de cristãos que se arriscam à beira do abismo, em busca de viver sua fé.

“Eles operam de forma oculta, muitos dormindo durante o dia e trabalhando à noite, enquanto os policiais repousam, para escapar da prisão”, relata Tomás Zhang, diácono da igreja clandestina na China.

Uma das igrejas clandestinas mais importantes do sul da China foi invadida por oficiais do Partido Comunista Chinês em 2018.

Há somente 4 ou 5 anos, seria um desafio imaginar que o povo chinês sequer dispõe da liberdade para escolher sua religião, um conceito que nos parecia extremamente distante como brasileiros. No entanto, hoje, sob o regime dos siameses Lula/STF, tudo se tornou mais palpável. Não é mais necessário esforçar-se tanto para exercitar nossa imaginação diante da sucessão de absurdos promovidos por nossa suprema corte.

Viver nos limites da legalidade em nosso país costumava ser um atributo de criminosos, homicidas, latrocidas, estupradores, ladrões e traficantes. Entretanto, adentramos em uma Era em que basta discordar de qualquer pauta da esquerda ou questionar os poderosos semideuses que detêm o controle para nos lançarmos em um risco absoluto. Pouquíssimos se arriscam a levar uma vida comum. Após a passagem do furacão Moraes, a devastação parece praticamente irreversível. Antes mesmo de termos absorvido a extensão dos danos, Lula demonstrou que nada é tão sombrio que não possa se tornar ainda pior.

No entanto, ainda persistem indivíduos corajosos que se aventuram na clandestinidade, assim como os chineses que portam o crucifixo no peito, mesmo que escondido. A liberdade, que continua a arder dentro de todos nós, frequentemente transborda, teimosa, colocando em risco aqueles que não conseguem contê-la.

Monark, o influenciador que incomodou demasiadamente os semideuses do Olimpo, digo, de Brasília, ao simplesmente dar suas opiniões indigestas, deixou claro que prefere ser considerado um marginal livre a renunciar àquilo que mais preza: a liberdade. Não é necessário nutrir simpatia pelo indivíduo ou concordar com suas ideias; no entanto, é incontestável que Monark carrega consigo o anseio de milhões de pessoas que, neste momento, se enclausuraram no silêncio absoluto, movidas pelo legítimo medo de serem caçadas como tantas outras: um país livre.

O podcaster não infringiu uma única lei, conforme afirmado por juristas ao jornal Gazeta do Povo. Mesmo assim, foi impedido de expressar suas opiniões e posições em suas redes sociais. Todos os seus perfis foram censurados, e ele foi multado em 300 mil reais. De acordo com o jurista Alessandro Chiarottino, “Não há nada nos pontos enumerados por Moraes (contra Monark) que possa ser considerado como delito perante a legislação brasileira.”

Influenciador teve todas as contas bloqueadas por emitir opiniões políticas.

Portanto, por que o influenciador está sendo perseguido? Quem se arrisca a responder a essa pergunta com sinceridade?

Monark é parte da rede clandestina formada inconscientemente por cidadãos comuns, que não cometeram qualquer crime, mas escolhem corajosamente expressar suas opiniões. No entanto, note que ninguém afirmou aqui que tal prática é isenta de riscos, nem que você deva ser excessivamente audacioso a ponto de acreditar que possui o direito de expressar livremente suas opiniões no Brasil. Ainda assim, há alguns destemidos indivíduos que persistem nesse caminho das pedras. (Torço para que tenham compreendido a ironia).

À medida que a lista negra do regime cresce — em um estilo que nos remete à era soviética —, o silêncio infiltra-se na sociedade como uma erva daninha. As cabeças expostas em estacas nas praças públicas cumprem exatamente esse propósito: são um alerta sinistro, destinado a conter qualquer transgressão aos limites impostos pelos supostos seres superiores.

Porém, nem tudo está imerso em escuridão. A Rede Clandestina de Homens Livres encontra seu refúgio nos veículos de comunicação independentes, que, de maneira desafiadora, ainda se mantêm ativos. Ela também reside nas igrejas tradicionais, que se recusam a se dobrar perante as agendas globalistas perversas; nas escolas que genuinamente seguem os princípios cristãos; nos exilados políticos e silenciados, que podem ter perdido voz nos espaços virtuais, mas continuam a falar com as pessoas nas ruas, em palestras; na particularidade das VPN’s; discretamente nas conversas em mesas de bar; nos jantares em família; nas reuniões depois das missas ou cultos.

Sim! Ser livre no Brasil atualmente é sinônimo de clandestinidade, mas a Rede de Clandestinos existe, seja aqui, na China, em Cuba ou na Venezuela. Até o momento, é o que nos sustenta e nos conecta: o anseio por liberdade, a audácia de não ceder à opressão do medo e a força da fé. Esses elementos permanecem intocáveis, inalcançáveis por qualquer poder.


source
Fonte : Gazeta do Brasil

Ouça a Rádio Piranhas FMRádio Piranhas FM pelo RadiosNet. #OuvirRadio