Bloomberg — A commodity que mais deveria ser prejudicada pelo agravamento da crise imobiliária na China, na verdade, vai muito bem.
O minério de ferro atingiu sua cotação mais alta em um mês na semana passada, após uma recuperação que desafiou o aprofundamento do pessimismo sobre a economia altamente endividada da potência asiática.
Os preços se mantém acima do piso de US$ 100 a tonelada apesar das ondas de notícias preocupantes do setor imobiliário, que em anos mais normais responde por cerca de 40% da demanda por aço.
Na terça-feira (29), os futuros em Singapura chegaram a subir 1,6%, para US$ 114,10.
“O minério de ferro ainda é muito resistente a um ambiente como este, e acho que a demanda chinesa está desempenhando um papel nisso”, disse Hao Hong, economista-chefe do Grow Investment Group.
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Isso mostra que partes da economia, fora do setor imobiliário, estão relativamente saudáveis, disse. Em 2015, o preço da tonelada de minério afundou para menos de US$ 40, com excedentes de aço chinês que inundaram o mercado global e provocaram tensões comerciais.
Este ano, a mineradora BHP disse que vê “uma demanda sólida no setor de infraestrutura, maquinário elétrico, automóveis e transporte marítimo”, o que compensa a fraqueza na construção de moradias.
A consultoria Kallanish Commodities também inclui a fabricação de eletrodomésticos como geladeiras e máquinas de lavar na lista de setores com demanda robusta por aço.
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Embora muitos governos locais estejam em contenção de gastos devido a dificuldades financeiras, o investimento do governo central em infraestruturas como ferrovias cresce rapidamente.
O salto do gasto em ferrovias foi de 25% nos primeiros sete meses de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior. A fabricação de máquinas aumentou 15% e a produção automotiva cresceu 12%.
E há ainda um boom no setor de energias renováveis, que também usa aço. O investimento imobiliário, por outro lado, teve contração de 7,1% nos primeiros sete meses do ano.
Os analistas da Mysteel disseram que a demanda por chapas de aço usadas em navios, pontes e turbinas eólicas aumentou 8,1% nos primeiros cinco meses do ano. O produto responde por cerca de 10% da demanda chinesa por aço.
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Fonte : Infomoney