O deputado federal André Fernandes (PL-CE) e o advogado do general Gonçalves Dias, André Callegari, protagonizaram um bate-boca na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.
A confusão começou durante o tempo de fala do parlamentar, que questionou se o general havia informado Carlos Penteado, outro general, sobre os informes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O depoente se recusou a responder.
“O senhor informou o general Penteado sobre todos os informes da Abin?”, indagou Fernandes. “Sim ou não? Estou fazendo uma pergunta.” G. Dias respondeu: “O senhor está criando uma narrativa, e eu não vou responder”.
André Fernandes não gostou da resposta e insistiu. “Estou perguntando: sim ou não? Você me respeite, está como depoente e estou fazendo minha inquirição.”
O advogado do general ficou irritado com a situação e chegou a gritar com o deputado: “O estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil [OAB] permite que eu intervenha”.
Naquele momento, Callegari foi repreendido pelo presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA). “Doutor André, aqui a gente não tem, no regimento interno, nenhuma previsão de palavra dos senhores advogados para fazer defesa”, disse. “Entre o estatuto da OAB e o regimento da Casa, permanecerá o regimento da Casa.”
Mais uma sessão da CPMI do 8 de Janeiro
A CPMI do 8 de Janeiro desta quinta-feira é destinada a ouvir o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. G. Dias, como o militar é conhecido, estava à frente do órgão quando os atos de vandalismo ocorreram em Brasília.
Escolhido para ser o ministro-chefe do GSI no atual governo federal, G. Dias foi o primeiro ministro a cair na atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele pediu demissão em 19 de abril, dia em que a imprensa revelou que ele estava no Palácio do Planalto em 8 de janeiro.
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R7
