As “pedras preciosas” recebidas pelo casal Bolsonaro custam R$ 400, informou o advogado Josino Correia Junior, que diz ter presentado o ex-presidente e a mulher dele, Michelle. Ambos ganharam os itens em 26 de outubro de 2022, em Teófilo Otoni (MG).

Ao jornal Folha de S.Paulo, Junior disse as peças são topázios azuis, citrinos e prasiolitas. O filho de Junior também teria presenteado os Bolsonaro com cristais e ametistas, de uma coleção própria.

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Nas redes sociais de Junior, pode-se ver uma foto da mesma data na qual o presente foi dado. O advogado aparece segurando o estojo onde estariam as pedras, ao lado de Bolsonaro, do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e do general Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro.

Em um post do Facebook, Junior afirma que comprou as pedras como um presente de “boas-vindas” a Bolsonaro, por sua passagem na cidade, e que o conjunto seria proveniente de “exploração legal”. Além disso, as pedras “semipreciosas” seriam da região de Tófilo Otoni, vendidas livremente.

CPMI e “pedras preciosas” de Bolsonaro

A CPMI do 8 de Janeiro teve acesso a dois e-mails intitulados “Passagem do Serviço Coordenação AJO/PR”. Em linhas gerais, é uma troca de mensagens entre Adriano Alves Teperino e Osmar Crivelatti, primeiros-tenentes do Exército, e Cleiton Henrique Holzschuk, segundo-tenente da Força. Durante o governo Bolsonaro, os três atuaram como ajudantes de Ordem da Presidência da República.

Obtidas por Oeste, as conversas que constam em um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sugerem que Bolsonaro e Michelle receberam um envelope e uma caixa coma as supostas pedras preciosas. Os presentes também não teriam sido cadastrados oficialmente.

Bolsonaro x Jandira Feghali

Na terça-feira 1°, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) revelou a história das “pedras preciosas”. Segundo a parlamentar, membros da CPMI analisaram uma lista de 46 páginas e de mais de mil itens recebidos por Bolsonaro durante seu mandato. O presente, contudo, não constaria na lista.

No sábado 5, Bolsonaro afirmou ter sido “vítima de calúnia”, por parte de Jandira. A parlamentar havia dito que os objetos eram provenientes de “garimpo ilegal” e que o ex-presidente só teve dois caminhos quando não registrou as peças: “Ou roubou e pegou o dinheiro para si, ou usou para financiar atos golpistas”.

A deputada federal Jandira Feghali | Foto: Reprodução/TV Câmara

O ex-presidente rebateu a deputada governista. “Só no Brasil uma comunista, muito bem nutrida, que nunca passou fome na vida, fala em defender a democracia”, escreveu Bolsonaro em seu perfil no Twitter. “Depois de muitos ataques pela grande mídia contra a minha pessoa, a verdade apareceu.”

Jandira respondeu ao ex-presidente, afirmando que os documentos indicam que as pedras seriam “preciosas”, mas que, caso não sejam, Bolsonaro teria que provar. À Folha, a congressista declarou que não há como saber se Correia está falando a verdade e que suas falas não possuem “nenhum significado”.

Na quinta-feira 3, a ala governista acionou a PGR para investigar a ex-primeira-dama e o ex-presidente.


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Fonte : Revista Oeste

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