No depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), apontou ter recebido “informações desencontradas” do vice-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura Cunha, e da coronel Cíntia da PM-DF.

O ex-ministro afirma que nunca foi oficialmente informado sobre potenciais invasões, embora admita que mantinha comunicação por Whatsapp com Saulo. Para Dias, esta não era a “plataforma correta para transmissões de informações sensíveis”.

No dia 5 de janeiro, Dias foi notificado via Whatsapp sobre o risco iminente. Embora não tenha sido por uma via oficial, os alertas eram semelhantes aos distribuídos em grupos da Abin.

Nas mensagens de Saulo, as intenções eram claras: “Há convocação de atos para os dias 07 e 08… Alguns indígenas destacados em protestos anteriores estariam voltando a Brasília.” Em resposta, no dia seguinte, Dias encaminhou a Saulo mensagens de grupos de manifestantes.

No mesmo dia, Saulo alertou sobre potenciais “ações violentas contra edifícios públicos e autoridades”. A ameaça de invasões violentas ao Congresso e outros edifícios na Esplanada dos Ministérios foi reforçada.

Antes da tarde do dia 8, Dias já tinha em seu registro cerca de 20 alertas da Abin, todos mediados por Saulo via Whatsapp.

A situação tornou-se ainda mais complicada quando documentos da Abin revelaram possíveis alterações para omitir as comunicações de Dias. A intenção seria ocultar que o general foi avisado dos riscos de vandalismos e invasões.

Dias solicitou a remoção de seu nome dos documentos, apesar de negar essa a acusação, mais  tarde, tentou minimizar a situação, argumentando que pediu apenas por uma “organização lógica” das informações.

Dias afirmou: “Sugeri que ele tirasse o meu nome. Se ele não tirasse…hoje, eu falo que, em vez de colocar meu nome, ele deveria ter colocado GSI. Não poderia colocar pessoa física, sendo que todos eram órgãos.”


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Fonte : Hora Brasilia

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