A polarização das discussões sobre o clima apresenta dois grupos muito bem destacados. De um lado, temos o grupo defensor da hipótese sem fundamento de que o CO₂ aquece o planeta, transformando a atmosfera da Terra em uma estufa, os chamados “aquecimentistas” (ou global warmers), onde esse suposto efeito seria amplificado pelas atividades produtivas e pela própria existência da humanidade. Do outro lado, temos os chamados “céticos” que envolvem uma variedade de amplo espectro de pesquisadores e pessoas, desde as que acreditam que o CO₂ tenha uma contribuição ínfima no hipotético “efeito-estufa”, sendo de origem natural ou não, até os que demonstram que esta relação de CO₂ com temperatura e clima não existe, que a atmosfera da Terra não trabalha como uma estufa (casa de vidro) e que as variações climáticas são de origem natural, pois é exatamente assim que se entende a definição mais básica de clima.

Do lado do espectro mais cético possível, temos como exemplos o astrofísico israelense Nir Shaviv, presidente do Instituto Racah de Física da Universidade Hebraica de Jerusalém, o físico-matemático alemão Gerhard Gerlich, professor do Instituto de Física Matemática da Universidade Técnica Carolo-Wilhelmina, em Brunsvique, e o seu colega, o físico alemão Ralf Dietrich Tscheuschner, além de muitos outros. Para todos eles, sem parcimônia, o CO₂ não provoca efeito-estufa, o CO₂ nunca controlou a temperatura do planeta, os métodos de medição para se conseguir determinar uma suposta temperatura média global da atmosfera são uma abstração estatística sem fundamento e que a pseudociência climática atual baseia-se na quebra de leis da Física.

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Como meteorologista e climatologista experimentado, concordo plenamente com eles e me incluo dentro deste espectro dos céticos. Assim, para essa primeira parte, abordaremos como falta a evidência direta de que o CO₂ controlou a temperatura do planeta e que tal suposição é apoiada em modelos numéricos programados em computadores para fazerem um balanço radiativo de energia, no qual o foco é o falacioso “efeito-estufa” simulado pela presença, magistralmente, de CO₂, abandonando todas as evidências reais.

Comecemos com o professor Shaviv, que fica abismado ao ver como a pseudociência da “mudança climática” se tornou publicamente aceita quando confrontada diretamente com as evidências, as provas que o mundo natural, e, portanto, real, nos oferecem. “Não há evidências em qualquer escala de tempo mostrando que as variações de CO₂ ou outras mudanças no balanço de energia causaram grandes variações de temperatura”, diz Shaviv. “Há, no entanto, evidências em contrário. As variações de dez vezes na quantidade de CO₂ nos últimos meio bilhão de anos não tiveram nenhuma correlação com a temperatura em controlá-la.”

Ele ainda cita o exemplo do vulcão Krakatoa, na indonésia. Mesmo com a quantidade colossal de CO₂ lançado na Terra, o planeta esfriou pelas cinzas vulcânicas lançadas diretamente na estratosfera, em 1883, outro calcanhar de Aquiles para os “modelos sensíveis” do IPCC que não consideram desta forma. Atualmente, tanto o Krakatoa e seu “filhote” Anak Krakatoa emitem uma quantidade significativa de cinzas e gases. Em outras palavras, com ou sem elementos atenuantes, como um vulcão de proporções gigantescas, o resultado dos modelos é o aquecimento inescapável de 1,5oC pela suposta duplicação de CO₂, pois só assim conseguem visualizar um “aquecimento” para o século XX.

Shaviv ainda menciona como os países ocidentais não percebem que um suposto “aquecimento global” nunca foi e nunca será um problema sério, dado o número de academias científicas e tantas evidências da história do planeta que indicam precisamente o contrário. O discurso apoiado pelo ocidente é de que “um aquecimento será grande e acontecerá em muito em breve, mas este simplesmente não é apoiado por nenhuma evidência direta, mas apenas em uma linha instável de raciocínio circular”.

A censura também pegou o Shaviv. Poucas horas depois de ter concedido uma entrevista à Forbes, um artigo seu publicado de forma on-line foi removido pelos editores, por “não atender aos padrões editoriais da revista”, ou seja, a ciência tem edital. Em suma, por ter se tornado politicamente incorreto para a atual “ciência ocidental”, suas discussões científicas são dirimidas, fazendo o público aceitar a argumentação falaciosa que sustenta os “cenários catastróficos”, como ele bem lembra. De fato, quanto mais se silencia os opositores da hipótese imposta, mais claro fica o embuste.

Como descrevemos, as afirmações de Shaviv são baseadas nas evidências reais. Um importante fato que corrobora isto vem da geologia. O geólogo estadunidense Ian Clarke é um reconhecido paleoclimatologista que trabalha com as amostras do Ártico e estratos rochosos. Também pertence ao grupo dos céticos. Suas análises apontam as marcas recordes de temperatura da Terra em dezenas de milhões de anos. Ele, bem como outros geólogos e glaciologistas descobriram, já há muito tempo, uma ligação entre o dióxido de carbono e a temperatura.

A relação do gás nem sempre se encaixa nas temperaturas e a relação é realmente complicada, contudo, a observação dominante é clara e diferentemente do que mostrou Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA em seu filme de ficção científica Uma Verdade Inconveniente, o domínio da relação do CO₂ com as temperaturas não é o que foi mostrado, mas é exatamente o oposto, em especial nos últimos milhões de anos e, precisamente, nas últimas mudanças entre períodos glaciais e interglaciais.

E qual é essa relação? Ao estudar-se os blocos de gelo (também denominados de “testemunhos”) do profundo poço na estação antártica russa de Vostok, estabelecida em 16/12/1957 na localização do então Polo Geomagnético Terrestre daquele ano (Lat: 78°27’31.15″S, Long: 106°50’8.62″E com 3.488m altitude), cujas perfurações se iniciaram em 1970 (Figs.1 e 2), observamos que a temperatura começa a subir desde o início até o final, em um intervalo importante que é a saída de uma glaciação — período extremamente frio da Terra. Veremos a temperatura subindo e então, veremos o CO₂ subindo, porém, ele fica atrás desse aumento. Tem um atraso de cerca de 800 anos. Portanto, a temperatura está à frente do CO₂ em 800 anos.

A temperatura sobe ou desce e, depois de algumas centenas de anos, o dióxido de carbono a segue. Obviamente, o dióxido de carbono não é a causa desse aquecimento. De fato, podemos dizer que o aquecimento produziu o aumento do dióxido de carbono, pois diversos sistemas da Terra, incluindo os oceanos, começam a liberar o CO₂ que ficou retido durante os períodos frios. Assim, vimos claramente que o CO₂ não pode estar causando mudanças de temperatura. Ele é um produto da temperatura, seguindo as suas variações. No próximo artigo, veremos o quanto a hipótese de que a atmosfera da Terra trabalha como uma estufa está errada, observando as colocações de Gerlich e outros cientistas, bem como outras informações relevantes que sempre colocaram em xeque-mate a ideia sem fundamento de que o CO₂ controle a temperatura da Terra, que esse gás controla o clima da Terra e, muito pior, que um dado valor de temperatura média do ar global não tem significado físico para determinar que tipos de “clima” teremos.

Até lá.


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Fonte : Revista Oeste

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