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Com o intuito de socializar o cuidado necessário para a preservação da vida e de instruir sobre o cuidado a pacientes com ideação suicida, o Instituto Cândida Vargas (ICV) realizou, ontem, uma palestra para os profissionais de saúde que atuam na instituição, que atende, majoritariamente, o público feminino — em especial, as grávidas. O evento aconteceu no auditório da unidade de saúde, localizada no Bairro de Jaguaribe, em João Pessoa.

“Durante o mês de setembro, dedicamos algumas atividades específicas à temática psicológica”
– Poliana Dantas

“Momentos como esses são importantes para orientar sobre como reconhecer os sinais de sofrimento psíquico nas pacientes que passam por aqui”, argumenta Raquel Mendes, uma das duas psiquiatras responsáveis pela assistência à saúde mental do ICV. A palestra foi conduzida por ela, com dados e informações relacionados ao tema, sobretudo, a respeito da saúde mental de grávidas e puérperas. “Em torno de 80% das mulheres que estão passando pelo puerpério têm tristeza pós-parto, chamada, comumente, de baby blues”, diz ela, referindo-se a um dos transtornos emocionais do ciclo gravídico puerperal, durante o qual a mulher é tomada por sentimentos de tristeza, irritabilidade, choro fácil, ansiedade, insônia e alterações de humor.

Além desse problema, gestantes que sofrem de algum transtorno psiquiátrico, como depressão e ansiedade, podem ter problemas no parto, pois são fatores de risco. “Há várias complicações obstétricas causadas por esses transtornos, como partos prematuros ou bebê abaixo do peso”, complementa a psiquiatra. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada cinco mulheres terá um episódio de saúde mental durante a gravidez ou no ano após o nascimento do bebê. Por isso, a importância da integração da saúde mental perinatal nos serviços de saúde materno-infantil.

 Momento

A palestra foi organizada por Poliana Dantas, coordenadora do Setor de Psicologia do ICV. “Diariamente, lidamos com atendimentos psicológicos a usuários e a profissionais da saúde. Mas, durante o mês de setembro, dedicamos algumas atividades a essa temática”, diz. De acordo com ela, a equipe percorre os setores da maternidade para falar sobre a campanha e ter um momento com as mulheres.

“Às vezes, a família busca ajuda para saber como lidar com mulheres que verbalizaram esse sofrimento”
– Ângela Menezes

Para a psicóloga Ângela Menezes, há 13 anos no instituto, a palestra foi providencial para que houvesse uma conversa franca a respeito dos casos que envolvem ideação suicida e suicídio. “Não é comum, mas acontece de surgirem casos assim. Às vezes, a família traz uma gestante que tomou algum remédio com essa intenção ou busca ajuda para saber como lidar com mulheres que verbalizaram esse sofrimento”, conta.

A palestra, portanto, é importante não somente para orientar sobre o que fazer em casos assim, mas para que os profissionais falem e tirem dúvidas. “Serviu para sanar dúvidas profissionais e também pessoais. Ou seja, momentos como esse são necessários tanto para a nossa formação profissional quanto pessoal”, argumenta.

 ICV

O Instituto Cândida Vargas também é referência no atendimento à violência doméstica e à sexual, com acolhimento humanizado e multidisciplinar a mulheres em situação de vulnerabilidade. O local dispõe de psicólogas, assistentes sociais, médicas e enfermeiras para prestar apoio e acompanhamento em casos de violência sexual, com até 72 horas do ocorrido, realizando exames e coleta de vestígios, profilaxia de emergência e prevenção a infecções sexualmente transmissíveis.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 18 de setembro de 2024.


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A União

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