O ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) Anderson Torres presta depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro na próxima terça-feira (09), às 9h, na condição de testemunha.

Esse depoimento é considerado por membros da comissão como essencial para entender as falhas de segurança que permitiram a invasão da Esplanada dos Ministérios.

A defesa de Torres pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja garantido a ele o direito ao silêncio durante depoimento. A defesa argumentou que Torres deveria ter sido convocado na condição de investigado, já que ele é um dos alvos do inquérito, cujo tema é o mesmo do da CPMI. Os advogados ainda pedem a Moraes que Torres seja desobrigado a falar de assuntos relacionados à apuração que tramitam em sigilo.

Torres ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no dia do ataque às sedes dos Três Poderes. Ele foi acusado de ser conivente e omisso na situação, não preparando um esquema capaz de proteger os Poderes contra os ataques, mesmo com a informação de que eles poderiam ocorrer.

A convocação de Torres foi fruto de 17 requerimentos. Entre seus os autores, estão a própria relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Eduardo Girão (Novo-CE), Rogério Carvalho (PT-SE), Fabiano Contarato (PT-ES), Marcos do Val (Podemos-ES), Izalci Lucas (PSDB-DF).

A comissão também aprovou a quebra de sigilo telefônico de Anderson Torres e pediu as informações à PF. Entre outros dados, os parlamentares requerem dados sobre uma minuta de cunho golpista encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro de Bolsonaro após operação de busca e apreensão.

O ex-ministro foi preso no dia 14 de janeiro, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ele teve um mandado de prisão expedido no dia 10 de janeiro — dois dias após os ataques criminosos contra as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Torres foi solto por Moraes depois de quatro meses, em 11 de maio, e ainda cumpre medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.

O ex-ministro ainda não poderá se ausentar do Distrito Federal, bem como deve permanecer em casa no período noturno e durante os finais de semana.

Moraes ordenou ainda o afastamento imediato do ex-secretário do cargo de delegado da PF, o cancelamento de passaportes e a proibição de usar redes sociais.

VÍDEO – Entenda a operação da PF que prendeu hacker e mira em Carla Zambelli

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Depoimento Delgatti

Walter Delgatti Neto, hacker conhecido por ter dado origem à chamada “Vaza Jato” teve a convocação aprovada pela CPMI na última quinta-feira (03). O nome de Delgatti surgiu na comissão depois que ele foi detido em uma operação da PF sobre invasões ao sistema do Poder Judiciário.

Os crimes investigados pela PF ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, possivelmente, de outros tribunais pelo país, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos, além de um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes.

Na mesma operação que os policiais prenderam Delgatti, houve o cumprimento de mandados de busca nos endereços da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A PF suspeita que a parlamentar tenha contratado o hacker para incluir documentos no sistema judicial e possivelmente interferir em urnas eletrônicas através do código-fonte.

A PF encontrou pagamentos de dois assessores de Zambelli ao hacker Walter Delgatti de forma fracionada. Um requerimento de convocação de Zambelli para depor na CPMI chegou a ser protocolado mas não foi votado.

O depoimento de Delgatti ainda não está marcado, mas a expectativa dos parlamentares governistas é que Delgatti seja ouvido na mesma semana que Torres. O deputado Rogério Correia (PT-MG) postou nas redes sociais que a oitiva do hacker deve ficar para a próxima quinta (10). Ele foi um dos quatro parlamentares que protocolaram requerimentos para convocar Delgatti.

VÍDEO – Depoimento de hacker na CPMI do 8/1 influenciará investigação?

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Fonte : CNN BRASIL

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