O desmatamento do Cerrado registrou um crescimento de 3% de agosto de 2022 a julho de 2023, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No período, o bioma totalizou uma área de 11 mil quilômetros quadrados devastados, a maior desde 2015.

Apesar de ficar estável na comparação com 2022, a região desmatada preocupa o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, segundo o secretário-executivo João Paulo Capobianco.

O governo ainda tem dificuldade de separar o que é desmatamento legal e ilegal, já que cabe aos Estados conceder as autorizações de supressão de vegetação.

Apenas três deles têm sistemas integrados com a União que permitem a verificação em tempo real da autorização e da realidade das áreas desmatadas.

O secretário de Combate ao Desmatamento, André Lima, afirmou que os dados do governo mostram que cerca de metade da retirada da vegetação seria ilegal, mas é necessária uma maior integração com os Estados para ampliar a fiscalização.

Cerrado desmatamento
A área mais desmatada do Cerrado foi a região de Matopiba, que compreende os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia | Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

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A região com o maior número de desmatamentos registrados, com 75% do total no Cerrado, é a área conhecida como “Matopiba”, que compreende os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Somente no território baiano, por exemplo, o desmatamento do Cerrado disparou 38% em 12 meses.

O Maranhão é o Estado com a área de vegetação nativa mais devastada, com 2.928 quilômetros quadrados, seguido pelo Tocantins (2.233 quilômetros quadrados) e Bahia (1.971 quilômetros quadrados).

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Degradação

O Cerrado ocupa cerca de um quarto do território brasileiro. Cerca de metade do território já perdeu sua cobertura vegetal original.

O desmatamento já teve impactos diretos no clima da região. Estudos feitos pela Universidade Federal de Viçosa (MG) mostram que a temperatura média da região aumentou entre 0,6 e 3,5 graus desde a década de 1980.

A evapotranspiração — a água lançada para a atmosfera pela evaporação do solo e transpiração das plantas — caiu entre 10% e 44%. O início da estação chuvosa tem tido atraso médio de 56 dias desde 1980.

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Fonte : Revista Oeste

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