Embora o Brasil já tenha sido elogiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um modelo no combate ao tabagismo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o mal hábito persiste e aproximadamente 10% da população acima de 18 anos é fumante no país.

Um dos fatores que contribuem para a persistência da prática é a crescente popularidade dos cigarros eletrônicos e outros dispositivos de vape, que têm atraído principalmente os jovens. Estima-se que cerca de 600 mil pessoas utilizem esses dispositivos.

Segundo pesquisa do Inca, o uso de cigarros eletrônicos aumenta em mais de três vezes as chances de experimentar a versão convencional e mais de quatro vezes o risco de uso regular do produto.

O oncologista Marcelo Uchôa, da Oncoclínicas Brasília, alerta que enquanto não houver regulamentação sobre os cigarros eletrônicos no Brasil, não será possível determinar com precisão quais componentes estão sendo inalados pelos seus usuários.

“Estudos mostram que os níveis de toxicidade podem ser tão prejudiciais quanto os do cigarro tradicional, já que combinam substâncias tóxicas com outras que muitas vezes apenas mascaram os efeitos danosos. Ainda não temos como saber quais serão as consequências do uso desse tipo de cigarro a médio e longo prazos”, afirma Uchôa.


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Relação do câncer com o tabagismo

O tabagismo tem uma relação indiscutível com as chances de desenvolver câncer. O cigarro é um dos principais fatores de risco para diversos tipos da doença, incluindo câncer de pulmão, laringe, bexiga e tumores de cabeça e pescoço.

A prática é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão em todo o mundo, aumentando o risco de desenvolver a doença em cerca de 20 vezes.

Números do Inca mostram ainda que 161.853 óbitos poderiam ser evitados por ano se o tabaco fosse abandonado, sendo que cerca de um terço das fatalidades está relacionada ao tabagismo e algum tipo de câncer.

Combate ao fumo

No dia 29 de agosto, no Brasil, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Recentemente, especialistas conseguiram evidenciar que evitar a exposição à fumaça não é suficiente para evitar os danos à saúde.

Um estudo conduzido por pesquisadores do Dana-Farber Cancer Institute, nos Estados Unidos, e publicado na revista Pediatrics, revelou que ambientes onde se fuma tabaco também estão carregados de partículas cancerígenas que podem persistir no ar por até dois meses.

O fenômeno é chamado de Thirdhand Smoke (fumaça de terceira mão, em português). As toxinas e resíduos do cigarro se impregnam em roupas, almofadas, sofás, tapetes, carpetes, cortinas e outros objetos, representando um risco para a saúde, especialmente de bebês e crianças.

Uchôa ressalta que o tabagismo é uma doença crônica e que parar de fumar não é tarefa fácil. Ele enfatiza a importância do apoio da família nesse processo e a necessidade de incentivo e paciência por parte dos entes queridos.

“Praticar atividades físicas também pode ajudar a reduzir a fissura pelo tabaco, incentivando hábitos de vida mais saudáveis. Procurar ajuda médica e psicológica é essencial para que as pessoas alcancem a meta de parar de fumar”, destaca o médico.

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Por Metrópoles

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