As eleições na Argentina servirão como uma espécie de plebiscito sobre o partido governante e o atual governo liderado por Alberto Fernández, embora muitos de seus membros procurem se diferenciar dos quatro anos de mandato do atual presidente.

O Unión por la Patria é uma das principais coalizões políticas que se preparam para competir nas eleições primárias de 13 de agosto – nas chamadas Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (PASO) –, nas eleições gerais de 22 de outubro e, se necessário, no segundo turno em 19 de novembro.

Em 14 de junho, prazo final para a apresentação das alianças políticas, de acordo com o calendário eleitoral, a Frente de Todos, que levou Alberto Fernández à Presidência em 2019, surpreendeu ao se registrar com um novo nome, Unión por la Patria (UP).

A Frente de Todos foi o espaço político com o qual setores do Peronismo e do Kirchnerismo conquistaram a vitória nas eleições de 2019 contra o candidato do Juntos por el Cambio e então presidente, Mauricio Macri.

VÍDEO: Argentina terá eleições primárias no domingo (13)

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No entanto, logo após o pleito, as tensões na coalizão governante foram sentidas entre o espaço do presidente Fernández e aquele ocupado por sua vice-presidente, Cristina Fernández de Kirchner.

As tensões foram responsáveis por fazer a coalizão no governo informar através de suas redes sociais a decisão de permanecer unida, mas mudando de nome.

Na sua conta oficial da rede social conhecida anteriormente como Twitter, eles explicaram que a Argentina “está enfrentando uma encruzilhada histórica” e que “diante desse dilema temos a responsabilidade histórica de expandir nosso espaço político, não só para deter essa ameaça, mas para defender nossa pátria”.

A nova frente enfatizou sua intenção de “realizar um programa governamental que desenvolve a economia, melhorando a qualidade de vida dos argentinos”.

Em um extenso fio, eles apresentaram vários slogans alusivos à nova denominação. A mensagem final diz: “Nós nos unimos para defender a pátria”. Desde então, eles mudaram o nome oficial em todas as contas nas redes e modificaram o logotipo com uma estrela celestial com a sigla no meio, em letras amarelas.

Quem são os candidatos do Unión por la Patria?

Uma das figuras mais importantes dentro do Unión por la Patria é a ex-presidente e atual vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner, que confirmou meses atrás que não seria candidata para evitar ser sujeita a um impedimento pelo Poder Judiciário, contra o qual havia expressado desconfiança.

Em dezembro de 2022, Cristina Kirchner foi condenada por um juiz federal a seis anos de prisão por crimes contra a administração pública. Mas ela não pode ser presa até que a sentença seja definitiva e, além disso, conta com prerrogativas especiais por exercer a vice-presidência. Ela afirma reiteradamente que é inocente.

O atual presidente Fernández, por sua vez, negou a possibilidade de disputar a reeleição. Em abril deste ano, num vídeo de quase oito minutos publicado no Twitter e intitulado “Mi decisión” (“Minha decisão”), o presidente procurou fazer um balanço de seus quatro anos de gestão.

“Como presidente do Partido Justicialista, vou garantir que todos os que se sentem capacitados para enfrentar esse desafio possam fazê-lo”, acrescentou Fernández durante o vídeo.

Com estas duas cartas fortes descartadas, vários líderes do movimento – que reúne o Partido Justicialista (PJ), a Frente Renovador (FR), La Cámpora e expressões mais esquerdistas dentro dela – expressaram sua vontade de lançar candidatos à Presidência.

Um deles é o atual ministro do Interior e membro do grupo La Cámpora, Eduardo “Wado” de Pedro, que confirmou em vídeo seu propósito de se candidatar – mas ele depois decidiu tentar o senado.

Já a candidatura do homem de confiança de Cristina Kirchner, o embaixador no Brasil, Daniel Scioli, durou apenas 24 horas. Em 18 de junho, a conta oficial do Twitter do Unión por la Patria confirmou que o candidato para as primárias é, na verdade, o ministro da Economia, Sergio Massa.

“O Unión por la Patria tem uma candidatura de UNIDADE. Por causa da responsabilidade institucional, política e social, nosso espaço decidiu formar uma candidatura de unidade que nos representará nas próximas eleições”, diz a mensagem. E segue: “Nosso candidato à presidência será Sergio Massa, e quem o acompanhará como candidato a vice-presidente será Agustín Rossi”.

Apesar das intenções unitárias, no entanto, o líder da Frente Patria Grande, Juan Grabois, anunciou que não deixaria sua pré-candidatura e que competiria contra Massa pela nomeação da coalizão Unión por la Pátria, marcando a primeira vez que o grupo vai para as eleições primárias com dois nomes em disputa.

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Com informações de Aleja Paez e Kiarinna Parisi

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Fonte : CNN BRASIL

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