A fotografia do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, aparece 13 vezes na cédula de votação que deve ser usada nas próximas eleições presidenciais do país, marcadas para o dia 28 de julho. O documento, expedido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo regime, foi apresentado na última segunda-feira 22. 

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Maduro exibiu a cédula em seu programa na televisão estatal da Venezuela e se defendeu da acusação de manipulação do documento. O nome e a foto do ditador aparecem no topo da cédula e na parte esquerda. 

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Além das 13 fotografias de Maduro, a cédula apresenta outros 14 candidatos indicados por 37 partidos. No programa de televisão, Maduro disse que a cédula ainda pode sofrer modificações, já que o prazo para que partidos e candidatos formem novas alianças foi estendido por 72 horas a partir de domingo. 

O ditador também reclamou de ser chamado de “candidato único” em razão do destaque com que aparece na cédula. “Temos 13 fotos legalmente, como ocorreu em outras eleições, porque temos 13 movimentos políticos, todos muito poderosos, da esquerda, do marxismo-leninismo, do comunismo, do cristianismo, dos movimentos sociais, do ecologismo, que apoiam unitariamente a candidatura”, declarou, no programa.

Maduro diz que oposição não conseguiu se organizar para eleições

Omitindo o fato de que o regime inviabilizou candidaturas de oposição, como a inelegibilidade da principal líder opositora e vencedora das prévias, María Corina Machado, Maduro disse que a oposição não conseguiu se organizar e saiu fragmentada para a eleição. A ditadura também não registrou a candidatura de Corina Yoris, substituta indicada por María Corina.

Conforme descreveu María Corina, a sua substituta é ‘mãe e avó de sete’ | Foto: Reprodução/Instagram
María Corina Machado e Corina Yoris foram barradas pela ditadura de Nicolás Maduro | Foto: Reprodução/Instagram

“Temos um candidato apoiado desde as bases por 13 movimentos, e eles têm 12 candidatos de 24 partidos que dividiram a oposição”. disse. “A responsabilidade é deles.”

De acordo com a imprensa venezuelana, o vice-presidente do CNE, Carlos Quintero, afirmou que a ordem para a escolha dos lugares foi determinada a partir da votação obtida pelos partidos nas eleições parlamentares de 2020 e que a prática de repetir as fotografias na cédula é antiga, anterior à ditadura.

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Durante o evento que decidiu a configuração da cédula, o presidente do CNE, Elvis Amoroso, negou que a oposição tenha sido prejudicada durante o processo. “A MUD está aqui com seu candidato, Edmundo González Urrutia. Não é verdade que não puderam se inscrever”, afirmou, referindo-se ao principal candidato da oposição.


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Fonte : Revista Oeste

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