Em editorial publicado nesta segunda-feira, 15, o Estadão analisou a suspensão do presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Pietro Mendes, por liminar da Justiça Federal de São Paulo. O jornal destacou que embate político em torno do comando da petrolífera fragiliza a companhia: o “jogo de interesses mina a maior empresa do Brasil”.

O texto ressalta que a Petrobras recorreu da decisão e há chances de reverter o afastamento compulsório do presidente do Conselho, mas afirma que outros fatores também afetam a credibilidade, como a quebra da boa governança, com a falta de discrição por parte dos conselheiros.

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“No intervalo de três dias, dois integrantes do Conselho de Administração falaram pública e abertamente sobre a fritura do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, alimentada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, num raro enfrentamento travado às claras”, escreveu o Estadão.

A publicação revelou que a situação Mendes, que também ocupava o cargo de secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, evidencia um conflito de interesses que foi rejeitado pelo Comitê de Pessoas da Petrobras, mas acabou sendo mantido pelo governo petista.

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Essa interferência, diz o Estadão, tem gerado descontentamento entre os acionistas minoritários da empresa, que incluem desde pequenos investidores até grande bancos e fundos de investimentos. O grupo posiciona-se em defesa enfática pela privatização da Petrobras.

“Investidores com poder de barganha que tentam colocar um freio na ambição desmedida do governo sobre a Petrobras e que ficaram especialmente contrariados quando o governo reteve, sem justificativa, os dividendos extraordinários de R$ 44 bilhões”, destacou o editorial.

Lula e Jean Paul Prates
Depois de duas semanas de turbulências, com a interferência do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a rejeição do nome de Aloísio Mercadante para o cargo, Jean Paul Prates continuará na presidência da Petrobras |Foto: @jeanpaulprates

O Estadão considera a postura de Lula diante do embate entre Silveira e Prates como “inconcebível”. O jornal afirma que o Executivo assiste passivamente ao “definhar” da empresa em prol de interesses políticos, sem considerar, ao menos, a importância da Petrobras como maior pagadora de impostos do país.

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“A parte que cabe à União não é propriedade de governo algum, mas do País, o mais prejudicado pela ganância lulopetista que corrói a confiança na empresa”, afirma a publicação.

O jornal paulista encerra a crítica ao afirmar que nos bastidores da Petrobras “o interesse maior de Lula, por certo, está em quem poderá servir melhor a seu projeto político.”

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Fonte : Revista Oeste

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