Herpes pode dobrar o risco de demência, sugere pesquisa

São Bento em Foco
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Um estudo recente, realizado por pesquisadores suecos, sugere que pessoas diagnosticadas com herpes podem ter o dobro de risco de desenvolver demência em comparação com quem não foi infectado pelo vírus. No entanto, apesar da descoberta reforçar estudos anteriores que mostram uma relação entre ambas condições de saúde, ainda não se sabe por que isso acontece.

O herpes é uma infecção viral que causa bolhas na boca (herpes labial) ou na região genital (herpes genital). Essa é uma doença bastante comum – de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 70% da população mundial já entrou em contato com o vírus do herpes. A transmissão pode ocorrer através do contato com a saliva ou mucosa de uma pessoa contaminada pelo vírus.

Uma vez infectada, o patógeno pode ficar no organismo de uma pessoa para o resto da vida, de forma inativa. A reativação do vírus e o surgimento dos sintomas pode acontecer devido a fatores como estresse emocional, exposição solar, febre ou queda no sistema imunológico.

Sobre o estudo

A pesquisa foi publicada no início de fevereiro no Journal of Alzheimer’s Disease e acompanhou mil pessoas a partir de 70 anos de idade durante 15 anos. No início do estudo, nenhum participante tinha demência. Durante esse período, amostras de soro foram analisadas para detectar anticorpos contra o vírus herpes simplex e diagnósticos e prescrições de medicamentos foram coletados dos prontuários médicos dos participantes.

De acordo com os pesquisadores, 82% dos participantes continham o vírus do herpes em seu organismo. As incidências de demência e Alzheimer durante o estudo, por todas as causas, foi de 7% e 4%, respectivamente. Segundo os resultados da pesquisa, ser portador do vírus do herpes foi associado a um risco dobrado de desenvolver demência.

“O que há de especial neste estudo em particular é que os participantes têm aproximadamente a mesma idade, o que torna os resultados ainda mais fiáveis, uma vez que as diferenças de idade, que de outra forma estão ligadas ao desenvolvimento de demência, não podem confundir os resultados”, explica Erika Vestin, médica estudante da Universidade de Uppsala e principal autora do estudo.

“É emocionante que os resultados confirmem estudos anteriores. Cada vez mais surgem evidências de pesquisas que, tal como as nossas descobertas, apontam para o vírus herpes simplex como um fator de risco para a demência”, continua Vestin.

Apesar da descoberta, mais estudos são necessários para entender qual é a causalidade: se é o vírus que causa a demência ou se existe uma ligação indireta. Além disso, investigações profundas são necessárias para entender se medicamentos para o tratamento do herpes podem reduzir o risco de demência.

“Os resultados podem impulsionar a investigação sobre a demência no sentido de tratar a doença numa fase inicial, utilizando medicamentos comuns contra o vírus do herpes, ou prevenir a doença antes que ela ocorra”, acrescenta Vestin.

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Fonte : CNN BRASIL

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