O Ibovespa fechou com alta de 0,49% nesta quarta-feira (27), aos 134.193 mil pontos, renovando sua máxima histórica, com investidores locais no aguardo do anúncio de medidas econômicas por parte do governo.
Amanhã (28), às 10h, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dará entrevista coletiva, quando deve apresentar alternativas à desoneração da folha de pagamentos, que foi vetada pelo presidente Lula, mas mantida pelo Congresso.
Fora isso, o pregão desta quarta-feira foi caracterizado pela baixa liquidez, às vésperas do encerramento do ano, com muitos investidores locais e globais já fora do mercado. O volume de negociações na B3 foi de R$ 14 bilhões.
“Diante do volume significativamente menor em razão do final de ano, é um pouco mais complexo de se observar o racional por trás das movimentações (da Bolsa)”, diz Luis Novaes, analista da Terra Investimentos.
“A nossa expectativa é que o índice se mantenha nessa faixa, considerando os últimos dois dias de negociação das bolsas globais, quando muito dos investidores já saíram completamente do mercado”, acrescentou ele.
A Bolsa brasileira acompanhou também o movimento dos mercados em NY, que abriram em alta, em meio ao rali de fim de ano – e contando com a ajuda do recuo dos treasuries, com o rendimento de dez anos perdendo 10,1 pontos-base, a 3,785%.
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A expectativa de início de corte dos juros nos EUA alimenta o desempenho do mercado acionário norte-americano. Segundo a ferramenta FedWatch da CME, o mercado precifica 73% de chances de cortes dos juros pelo Fed a partir de março.
Em NY, o S&P 500 está a cerca de 0,5% de seu recorde histórico de fechamento, aos 4.796 pontos, de janeiro de 2022. No ano, o mais amplo índice de Wall Street sobe 24%. Hoje, o Dow Jones avançou 0,30%, o S&P 500 subiu 0,14% e Nasdaq ganhou 0,16%.
Blue chips e ações da Bolsa
Entre as ações, os papéis da Petrobras (PETR4) ficaram entre os mais negociados, oscilando entre perdas e ganhos – terminando com alta de 0,08% –, enquanto as ações da Vale (VALE3) subiram 0,97%.
O movimento das duas principais empresas da bolsa brasileira acompanhou o desempenho das commodities: o preço do petróleo recuou e o do minério avançou.
“O Ibovespa chegou ao inédito patamar de 134 mil pontos, apesar da baixa liquidez, ainda impulsionado pelo bom desempenho da Vale, em contraponto à queda da Petrobras. As ações da mineradora subiram, acompanhando a continuidade da alta do minério de ferro. Já Petrobras seguiu a queda da commodity no exterior”, disse Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
Os preços do minério de ferro alcançaram sua máxima em 18 meses, com o custo por tonelada subindo para US$ 140,05 no porto de Dalian, na China, em linha com os esforços do governo do gigante asiático em estabilizar o mercado imobiliário.
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Já o Brent recuou 1,92%, a US$ 79,51, corroendo os ganhos do dia anterior, já que os investidores monitoraram os acontecimentos no Mar Vermelho, onde os navios estão retornando o fluxo no local, apesar dos novos ataques na terça-feira.
Ainda entre as mais negociadas, no varejo, Magazine Luiza (MGLU3) subiu mais de 7%; Soma (SOMA3) ganhou mais de 2,5%; Assaí (ASAI3) teve alta de 0,67%; e Renner (LREN3) operou praticamente estável.
Entre as aéreas, a sessão foi ganhos, com Gol (GOLL4) subindo quase 0,33% e Azul (AZUL4) avançando 1,91%. Ambas anunciaram linhas de crédito de US$ 200 milhões para financiar manutenção de motores.
“As ações das aéreas avançaram também beneficiadas pela queda do petróleo, além do noticiário corporativo, em que a Azul anunciou que suas subsidiárias receberam aprovação para acessar uma nova linha de crédito securitizada de US$ 200 milhões, a ser utilizada para financiar a manutenção de motores da frota Embraer e Airbus”, explicou Nishimura.
Por fim, BB Seguridade (BBSE3) caiu 0,56%, após anunciar renúncia de Ullisses Silva Assis do cargo de CEO. A empresa indicou André Gustavo Haui para função.
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Câmbio e juros
O dólar comercial subiu 0,22%, cotado a R$ 4,832 na compra e a R$ 4,833. “Nos mercados, câmbio e bolsa têm margem para avanços residuais, mas os ganhos acumulados impõem limites”, escreveu o economista-sênior da Tendências Silvio Campos Neto.
No mercado de juros futuros, os principais vértices recuaram, com a liquidez reduzida e o mercado atento à queda das taxas dos Treasuries no exterior.
Hoje, a curva de juros brasileira caiu levemente. Os DIs para 2025 perderam dois pontos-base, a 9,999%, e os para 2027, 3,5 pontos-base, a 9,64%. As taxas dos para 202 recuaram três pontos, a 10,14%, bem como as dos para 2031, que foram a 10,21%.
Os contratos brasileiros acompanharam, majoritariamente, o recuo dos treasuries.
Por fim, o governo central teve um déficit primário de R$ 39,4 bilhões em novembro, acima dos 35,5 bilhões projetado por analistas em pesquisa da Reuters. Já a dívida pública federal cresceu 2,48% no mesmo mês, chegando a R$ 6,32 trilhões.
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(Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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Fonte : Infomoney