Leila Pereira voltou a criticar a WTorre. Segundo a presidente do Palmeiras, a Real Arenas, empresa criada pela construtora para gerir o Allianz Parque, deve cerca de R$ 136 milhões ao clube — valor referente a repasses de receita pelo uso da arena palmeirense.

“O que posso dizer a vocês é que seria uma receita muito relevante para o Palmeiras, e não recebemos um centavo”, afirmou Leila, em entrevista coletiva nesta terça-feira, 16.

A pedido do Palmeiras, o caso está na Justiça de São Paulo e também na polícia, que apura crimes de apropriação indébita e associação criminosa. O clube afirma que, desde que o Allianz Parque foi inaugurado, a Real Arenas só fez repasses em novembro e dezembro de 2014, e de janeiro a junho de 2015 — exceto maio. A construtora reconhece o débito, mas contesta o valor que está sendo cobrado.

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Existe, internamente no Palmeiras, a preocupação de que a WTorre deixe de fazer adequadamente a manutenção do estádio, que recebe anualmente centenas de eventos, entre jogos e apresentações musicais. “Daqui a 20 ou 25 anos, vão entregar o Coliseu para a gente, e não recebemos absolutamente nada”, ironizou Leila.

A presidente do Palmeiras afirmou que não expõe demasiadamente o imbróglio porque há cláusula de confidencialidade no contrato entre as partes. Ela citou os projetos da WTorre com rivais, como o Santos, que terá uma nova Vila Belmiro, e o São Paulo. O MorumBis, tradicional estádio do time tricolor, passará por uma modernização.

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“É uma empresa que está fechando com o São Paulo, com o Santos, com o Maracanã, e não paga um centavo pro Palmeiras”, exclamou a dirigente palmeirense. “E, pelo andar da carruagem, vão entregar o Coliseu, não precisa nem ir para Roma.”

Entenda o contexto das críticas de Leila Pereira

Com o aval da presidente Leila Pereira e de uma junta de advogados especializados, o clube pede a apuração de possíveis crimes de apropriação indébita e associação criminosa. O Palmeiras ainda quer o bloqueio de bens, dos valores e das contas da Real Arenas e de seus gestores, além da quebra do sigilo bancário da empresa desde novembro de 2014 — ano do início da parceria e inauguração do estádio.

A dívida é discutida na Justiça desde 2017, por meio de uma ação de execução de título extrajudicial. Como ainda não houve solução, a direção do clube fez a denúncia à polícia, que abriu um inquérito no 23º Distrito Policial de São Paulo (Perdizes), em maio do ano passado.

O valor é considerado incontroverso pelo Palmeiras, como consta no inquérito. A Real Arenas, por sua vez, contesta os números do débito.

O contrato firmado entre as partes prevê que o Palmeiras receba mensalmente valores referentes a receitas geradas no Allianz Parque com aluguéis para shows, exploração de áreas, como restaurantes e estacionamentos, locações de cadeiras, camarotes e naming rigths. Trata-se de um valor progressivo. Como são 30 anos de parceria e o contrato começou a valer no ano de inauguração da arena, tem vigência até novembro de 2044.

Pela locação da arena para eventos e pela exploração de lojas, lanchonetes e estacionamento, o Palmeiras tem direito as seguintes porcentagens:

  • Até 5 anos da abertura do estádio: 20%;
  • De 5 anos até 10 anos da abertura (fase atual): 25%;
  • De 10 anos até 15 anos da abertura: 30%;
  • De 15 anos até 20 anos da abertura: 35%;
  • De 20 anos até 25 anos da abertura: 40%; e
  • De 25 anos até 30 anos da abertura: 45%.

As porcentagens referentes ao aluguel de cadeiras e camarotes, além do naming rights do estádio na Pompeia, são os seguintes:

  • Até 5 anos da abertura do estádio: 5%;
  • De 5 anos até 10 anos da abertura (fase atual): 10%;
  • De 10 anos até 15 anos da abertura: 15%;
  • De 15 anos até 20 anos da abertura: 20%;
  • De 20 anos até 25 anos da abertura: 25%; e
  • De 25 anos até 30 anos da abertura: 30%.

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Revista Oeste, com informações da Agência Estado

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Fonte : Revista Oeste

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