A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, afirmou, durante o segundo dia dos Diálogos Amazônicos, em Belém, que o Brasil tem condições técnicas para liderar discussões sobre meio ambiente e que pode compartilhar sua política ambiental com outros países amazônicos.

“O Brasil já tem um plano de prevenção contra o desmatamento, o Brasil já tem um sistema de monitoramento do desmatamento em tempo real. O Brasil já está fazendo seu plano de transição ecológica e de agricultura de baixo carbono. Tudo isso podemos compartilhar com os países irmãos e eles podem compartilhar conosco os avanços deles. Queremos trabalhar conjuntamente, respeitando as responsabilidades comuns, porém diferenciadas de cada um”, disse.

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A ministra também defendeu que a prioridade da agenda é a representatividade da sociedade civil. Segundo ela, a prerrogativa é da sociedade, sendo que o governo é apenas um facilitador.

Marina ressaltou que os povos tradicionais estão plenamente representados na agenda ambiental. “Quando o presidente Lula (PT) fez a convocação da cúpula, ele pensou em dois trilhos. O trilho da sociedade civil, fazendo os diálogos, e o encontro dos presidentes. Os presidentes vão fazer um comunicado em conjunto, mas antes eles receberão um comunicado conjunto da sociedade civil. Cada grupo temático transversal vai levar para os presidentes quais são as suas propostas e quais são as suas prioridades”, disse.

Marina também afirmou que a discussão terá um caráter prático, por meio de uma política transversal, mas que respeite, segundo ela, as particularidades de cada região.

“O que queremos é que essa cúpula, que demorou 14 anos para acontecer novamente, não seja mais um evento, mas seja um momento de termos uma ação conjunta entre os 18 países da Amazônia e que a OTCA possa ser fortalecida e ser a ferramenta de implantação dessas decisões”, enfatizou, referindo-se a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, uma organização intergovernamental, formada por oito países amazônicos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

“Para isso, vamos precisar de recursos técnicos e, sobretudo, de uma decisão política de um novo modelo para a região, respeitando a autonomia de cada país”, afirmou Marina.

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Fonte : CNN BRASIL

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