O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, voltou a condenar a violência na Faixa de Gaza e fez um apelo para que corredores humanitários sejam criados a fim de permitir a saída de civis da área de guerra. A declaração ocorreu durante a reunião desta sexta-feira (13) do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, presidido pelo Brasil. 



Vieira ainda afirmou que o Brasil vai continuar a trabalhar com outras delegações para chegar a uma solução única para o fim do conflito entre Israel e a Palestina.


O ministro não citou nominalmente o grupo terrorista Hamas, mas afirmou que o Brasil defende a libertação imediata e incondicional de reféns. “O Brasil tem acompanhado a situação em Israel e na Palestina com profunda tristeza e preocupação. Alarmados pelo avanço do sofrimento humano, nós acreditamos firmemente que todos os esforços precisam ter como prioridade a proteção de civis, principalmente as muitas crianças que acabaram sendo pegas no meio da violência”, afirmou.


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“O Brasil acredita que o conselho deveria agir frente a uma escalada quase sem precedentes de uma crise e uma catástrofe humanitária. O conselho tem uma responsabilidade crucial, tanto na resposta imediata aos acontecimentos da crise humanitária do momento assim como nos estágios futuros, ao intensificar as relações multilaterais necessárias”, disse Vieira. Apesar das declarações, o encontro na ONU acabou sem um acordo.


O ministro também reforçou a posição histórica do Brasil pela criação de dois Estados, o de Israel e o da Palestina, ambos com reconhecimento internacional. “Reiteramos nosso forte apoio para uma solução duradoura de dois Estados. Com Israel e Palestina vivendo lado a lado, em paz e prosperidade. Com segurança mutuamente acordada e fronteiras internacionais reconhecidas”, disse.



Após a reunião do Conselho de Segurança da ONU, o brasileiro se encontrou a portas fechadas com António Guterres, secretário-geral da organização.


Resgate de brasileiros


O governo do Egito concordou em abrir um corredor humanitário para a passagem de pessoas que estão na Faixa de Gaza, região onde o conflito entre Israel e a Palestina é mais intenso. Fontes do governo informaram à Record TV que as autoridades egípcias devem abrir a fronteira com Rafá, no sul de Gaza, neste sábado (14), entre 12h e 17h (horário local), para a passagem de um comboio internacional que inclui um grupo de brasileiros.



A expectativa é que os brasileiros sejam levados até o Cairo, a capital do Egito, onde devem ser resgatados por uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).


O governo brasileiro pediu a abertura de um corredor humanitário no Egito há cinco dias, e, segundo fontes do Planalto, a liberação ocorreu devido à pressão internacional para a retirada de cidadãos estrangeiros da área de conflito.



Nessa quinta-feira (12), o Brasil enviou a aeronave VC-2 (Embraer 190), da Presidência da República, especialmente para fazer a operação de resgate. O avião está em Roma, na Itália, onde aguarda autorização para ir ao Egito. Com capacidade para 40 passageiros, essa é a sexta aeronave da FAB enviada para atuar na Operação Voltando em Paz, que repatria brasileiros em Israel.


Os brasileiros em Gaza estão abrigados em uma escola desde quarta-feira (11), no norte da região. Eles estão seguros e ansiosos pelo retorno ao Brasil, como declarou uma fonte da representação brasileira em Ramalá, na Cisjordânia, ao R7.



Os ônibus que vão levá-los à cidade de Khan Younes, onde está o restante dos passageiros que serão repatriados, já estão na escola.


No entanto, nem todos os brasileiros que estão abrigados na escola querem retornar ao país. Dos 19 cidadãos acolhidos na instituição de ensino, apenas dez desejam ser repatriados. O dado mais atualizado mostra que 22 brasileiros, no total, querem voltar para o Brasil. Além dos dez que estão abrigados, 12 estão fora da escola, na cidade de Khan Younes, no sul de Gaza.


Entre os 22 brasileiros que aguardam a repatriação, estão dez crianças, sete mulheres e cinco homens. Já dos 19 cidadãos que estão na escola, 11 são crianças; cinco, mulheres; e três, homens. O Exército israelense foi avisado do abrigo, para que não ataque o local.

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R7

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