Rachel Dolezal, a mulher branca e ex-presidente da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP), nos Estados Unidos, que gerou polêmica há quase 10 anos por alegar falsamente ser negra, foi demitida de seu cargo em um distrito escolar do Arizona por causa da sua conta no Onlyfans.

Dolezal trabalhava no distrito escolar de Catalina Foothills como instrutora extracurricular, mas foi demitida esta semana depois que os administradores souberam de sua presença no Onlyfans, uma plataforma de assinatura que oferece conteúdo adulto.

No momento da publicação, um link para uma conta OnlyFans estava acessível através da biografia da conta verificada de Dolezal no Instagram. A conta vinculada Onlyfans, atualizada em 14 de fevereiro, bloqueava imagens para não assinantes, mas continha informações de identificação e legendas alusivas a conteúdo adulto e “nudez”.

“Bem-vindo à minha página Onlyfans, onde posto conteúdo criativo e dou aos fãs uma visão mais íntima da minha vida”, dizia a página.

Julie Farbarik, diretora distrital de relações comunitárias e ex-alunos, disse à afiliada da CNN KVOA que as postagens são “contrárias à política de ‘Uso de mídia social por funcionários distritais’ e à nossa política de ética distrital”. Farbarik também confirmou a demissão de Dolezal.

A CNN entrou em contato com Dolezal, sem sucesso, para comentar.

De branca à negra

Dolezal ganhou as manchetes em 2015 quando foi revelado que, apesar de ser ujma liderança na NAACP e reivindicar uma herança detalhada como pessoa de cor, os pais de Dolezal eram ambos brancos com ascendência europeia. Na tempestade midiática que se seguiu, Dolezal nunca negou a sua herança branca, mas afirmou que ainda “se identifica como negra”.

A presença duradoura de Dolezal na mídia gerou conversas “irritadas” sobre identidade e raça. Em uma entrevista à CNN em 2017, ela disse acreditar que raça é uma “construção social”.

Apesar do escárnio generalizado, Dolezal não abandonou a sua suposta identidade depois da sua verdadeira herança ter sido revelada. Em 2016, mudou legalmente seu nome para Nkechi Amare Diallo. O nome Nkechi é um nome Igbo abreviado de origem nigeriana e significa “presente de Deus”.

Na época, ela disse que também continuaria a usar o nome Rachel Dolezal, e parece alternar entre os dois nomes em suas diversas contas nas redes sociais. Sua aparente conta OnlyFans tem o nome de Rachel Dolezal.

Onlyfans e demissões

Onlyfans é uma plataforma de mídia social onde criadores de conteúdo postam fotos e vídeos e podem cobrar dos usuários uma taxa para acessá-los. Geralmente é conhecido como um local para postar conteúdo explícito.

Sua crescente popularidade levou a inúmeros casos de demissões por serem criadores de OnlyFans, incluindo vários professores. Incidentes como este levantaram questões sobre a discriminação no emprego, o estigma do trabalho sexual e os efeitos da economia informal.

Um perfil de Dolezal de 2017 no The Guardian afirmou que, na época, Dolezal estava “desempregada” e “alimentando sua família com vale-refeição”, embora só tivesse oportunidades em “reality shows e pornografia”.

No entanto, Dolezal continuou a aparecer aos olhos do público. Em 2017, ela publicou um livro de memórias intitulado “In Full Color: Finding My Place in a Black and White World”. Ela também divulga sua arte nas redes sociais e produz um podcast chamado “Periferias”.

A descrição do podcast diz que o logotipo do programa foi criado por Dolezal e retrata Josephine Beall Willson Bruce, uma ativista dos direitos das mulheres negras do final do século 19 e início do século 20 e “uma figura histórica multicultural que muitas vezes era vista como branca”.

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Fonte : CNN BRASIL

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