Nesta quinta-feira, dia 25 de julho, é comemorado o Dia do Escritor, que tem como objetivo homenagear todos os profissionais que se dedicam à arte da escrita e à criação literária. Esta data foi escolhida em razão de ser o dia do nascimento de um dos maiores escritores da língua portuguesa, João Cabral de Melo Neto, que nasceu em 25 de julho de 1920.

O Dia do Escritor reconhece a importância da literatura como forma de expressão cultural e artística. É uma ocasião para refletir sobre o papel dos escritores na sociedade, sua capacidade de influenciar pensamentos, disseminar ideias e emocionar através das palavras.

A fim de homenagear os mais conhecidos e destacados escritores paraibanos, nós apresentamos aqui os nomes desses e suas principais obras já escritas e premiadas, como “O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, “Eu”, de Augusto dos Anjos, e “A Bagaceira”, de José Américo. Confira.

Ariano Suassuna

Ariano Suassuna, escritor, filósofo, poeta e dramaturgo paraibano, deixou um legado cultural importante no Brasil com obras como “Auto da Compadecida” (1955) e “O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta” (1971). Nascido na Paraíba em 1927, o escritor foi um fervoroso defensor da cultura nordestina ao longo de sua vida. Sua morte em 2014, devido a uma parada cardíaca, marcou o fim de uma trajetória marcante que enriqueceu profundamente o cenário artístico e literário brasileiro.

Principal obra: O Auto da Compadecida

O Auto da Compadecida é uma das obras mais conhecidas de Ariano Suassuna, escritor brasileiro que deu uma grande contribuição à cultura nordestina. Publicada em 1955, a peça teatral mistura elementos da tradição popular e religiosa do Nordeste com uma narrativa repleta de humor e crítica social. A história gira em torno das aventuras de João Grilo e Chicó, dois personagens pobres e espertos que vivem de pequenos golpes em uma cidade do Sertão. Eles enfrentam desafios ao lidar com figuras de autoridade, como o padre e o bispo, mas contam com a proteção da Virgem Maria, representada como a Compadecida. O livro aborda temas como a desigualdade social, a religiosidade popular e a astúcia do povo nordestino, utilizando uma linguagem coloquial e um estilo marcado pelo humor e pela sátira.

Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos foi um poeta brasileiro classificado como simbolista ou parnasiano, embora críticos como Ferreira Gullar prefiram vê-lo como pré-modernista devido às características expressionistas evidentes em sua obra. Augusto dos Anjos é o patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras, e também da Academia Leopoldinense de Letras e Artes, onde se destaca como uma figura central na literatura brasileira do século XX.

Augusto dos Anjos nasceu em 20 de abril de 1884 e faleceu precocemente em 12 de novembro de 1914, aos 30 anos de idade.

Principal obra: Eu

Durante sua vida, publicou vários poemas em periódicos, o primeiro, Saudade, em 1900. Em 1912, publicou seu livro único de poemas, “Eu”. A obra mostra a visão da vida, numa espécie de réplica à idealização dos temas praticados pelo Parnasianismo. Nessa obra, o autor exprime melancolia, ao mesmo tempo em que desafia os parnasianos, utilizando palavras não-poéticas como verme, cuspe, vômito, entre outras. A obra só ganhou popularidade após a morte do poeta. 

José Lins do Rêgo

José Lins do Rego Cavalcanti foi um escritor brasileiro que, ao lado de Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz e Jorge Amado, é considerado um dos romancistas regionalistas mais prestigiados da literatura nacional.

Principal obra: Fogo morto

Fogo Morto é um livro que mostra com linguagem forte e poética a decadência dos engenhos de cana-de-açúcar. É inserido pela crítica literária como parte da 2ª fase do modernismo brasileiro.

Publicado em 1943, é a última obra do mais expressivo dos ciclos de José Lins do Rego: o da cana-de-açúcar. Apesar de marcar o término da série, com a decadência dos senhores de engenho, o romance também assinala seu auge, seu momento de superação, constituindo uma obra-prima da literatura regionalista, de caráter neorrealista. A expressão fogo morto se refere ao engenho improdutivo, que não mói mais.

José Américo

José Américo de Almeida (1887-1980) foi um escritor e político brasileiro. Sua obra “A Bagaceira” deu início à “Geração Regionalista do Nordeste”. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 27 de outubro de 1966, ocupando a cadeira nº. 38. Também chamado de Zé Américo, foi um romancista, ensaísta, poeta, cronista, político, advogado, professor universitário, folclorista e sociólogo brasileiro.

Principal obra: A Bagaceira

A Bagaceira é um romance publicado em 1928. O tema central gira em torno de um triângulo amoroso entre Soledade, Lúcio e Dagoberto. Soledade, menina sertaneja, uma retirante da seca, chega ao engenho de Dagoberto, pai de Lúcio, acompanhada de vários retirantes: Valentim, seu pai, Pirunga, seu irmão de criação, e outros que fugiam do castigo da seca. Lúcio e Soledade acabam se apaixonando. A relação entre ambos ganha ares dramáticos no momento em que Dagoberto, o dono da fazenda, violenta Soledade e faz dela sua amante. Uma das frases mais célebres do livro é sobre a fome que assola a população regional.

Virginius

Virgínius Figueiredo da Gama e Melo, nasceu na cidade de João Pessoa, no dia 19 de outubro de 1923, e faleceu no dia 1º de agosto de 1975. Escritor e professor paraibano, ele era considerado um dos principais críticos literários do estado em seu tempo. Ao longo de sua carreira, publicou seus textos em jornais de Pernambuco, da Paraíba, do Rio de Janeiro e São Paulo. Foi um dos primeiros professores da Universidade Federal da Paraíba. Sua produção literária foi relativamente curta, porém chegou a ser premiado pela Fundação Cultural do Distrito Federal em 1972 por seu romance “A Vítima Geral”.

Principal obra: A vítima geral

A Vítima Geral é um romance biográfico sobre o assassinato de um camponês, em Campina Grande, o político Félix Araújo.

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Polemica Paraiba

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