Siga @radiopiranhas

Hoje e amanhã, 50 equipes de saúde da família farão visitas domiciliares em 55 bairros de João Pessoa, como parte do Monitoramento Estratégico de Vacinação (MEV). O intuito da ação é identificar bolsões de baixa ou quase nenhuma adesão à vacinação e, com isso, diminuir os riscos de reintrodução de doenças como o sarampo e a poliomielite. A pesquisa de campo pretende avaliar três mil cadernetas de vacinação de crianças menores de cinco anos de idade (quatro anos, 11 meses e 29 dias). 

“Esse trabalho vai nos ajudar a compreender o cenário atual, com um indicador de como está a adesão às vacinas, por território. Os profissionais de saúde administrarão doses contra sarampo e pólio em crianças cuja caderneta de vacinação estiver desatualizada para essas vacinas. É um compromisso que deve ser coletivo. Por isso, alertamos sobre a importância de manter as vacinas em dia”, orientou Danielle Mello, gerente de Vigilância Epidemiológica de João Pessoa.

Segundo a gerente, os resultados dessas pesquisas auxiliam na avaliação do risco de exposição da população a doenças que podem ser prevenidas pela vacinação, uma vez que permitem mapear áreas com grupos mais suscetíveis. A partir de então, é possível implementar ações corretivas para elevar as coberturas vacinais nesses locais.

Para a realização da visita técnica domiciliar, as equipes, que foram devidamente capacitadas, estarão identificadas, uniformizadas e credenciadas para a execução do monitoramento. “Pedimos a compreensão e a colaboração das famílias para a execução desse trabalho. É importante apresentar o documento de vacinação das crianças. Estando o documento desatualizado, a equipe fará a administração das doses necessárias”, completou Danielle.

 Poliomielite

O Brasil não detecta casos de poliomielite desde 1990. Em 1994, o país recebeu, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a certificação de área livre de circulação do Poliovírus Selvagem (PVS). Depois disso, precisa alcançar as metas dos indicadores preconizados para a manutenção do certificado, que englobam altas e homogêneas coberturas vacinais, indicadores de vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas (PFA) e contenção laboratorial do poliovírus, entre outros.

Nos últimos dois anos, o Brasil foi classificado como de risco muito alto (2022) e de risco alto (2023) para a reintrodução do PVS e o surgimento de poliovírus derivado vacinal.

 Sarampo

O sarampo é uma doença em processo de eliminação. Seu vírus foi novamente identificado no Brasil em 2018, e, diante do cenário de baixas coberturas vacinais, houve disseminação no país. Em 2019, após a circulação do mesmo genótipo do vírus pelo período de um ano, o Brasil perdeu a certificação de “área livre do vírus do sarampo”, restabelecendo a transmissão endêmica da doença no território nacional.

Entre 2019 e 2022, foram confirmados 29.712 casos de sarampo no Brasil. O último foi confirmado em junho de 2022. Considerando que são mais de 23 meses sem casos confirmados relacionados a essa doença, evidencia-se, portanto, a interrupção da sua cadeia de transmissão.

No entanto, embora não tenha havido casos confirmados de sarampo em 2023, um caso importado da doença foi registrado em janeiro deste ano, no país. A resposta rápida empreendida possibilitou a interrupção da cadeia de transmissão identificada, sem ocorrência de casos secundários e o consequente encerramento do surto no período de 90 dias. Atualmente, o Brasil se encontra como “pendente de reverificação”.

O Monitoramento Estratégico de Vacinação é uma das ações prioritárias para o processo de recertificação da eliminação endêmica do sarampo na Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação da Eliminação do Sarampo, da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) nas Américas.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 14 de setembro de 2024.


source
Fonte

A União

Ouça a Rádio Piranhas FMRádio Piranhas FM pelo RadiosNet. #OuvirRadio