Ex-funcionários do restaurante Lifebox, da unidade do Lago Sul, em frente à Ponte JK, denunciam que os gerentes da unidade instalaram uma câmera de segurança no banheiro para, supostamente, vigiar o horário de descanso dos trabalhadores.

A queixa foi formalizada e protocolada no Ministério Público do Trabalho (MPT), que investiga o caso. Ao Metrópoles, um grupo contou que a alimentação servida aos garçons e cozinheiros da franquia era de péssima qualidade, muitas vezes com carne crua ou misturas como arroz e salsicha.

Diante da escassez nutricional da comida fornecida, muitos deles admitiram que complementavam o almoço ou jantar com restos de lanches deixados por clientes nas mesas. As denúncias se referem apenas à unidade do Lago Sul. Não há registro de queixas parecidas em outras lojas do Lifebox espalhadas pelo DF.

Irritados com a prática dos subordinados, os gerentes decidiram, então, colocar uma câmera no banheiro dos trabalhadores, que é usado por mulheres e homens. Eles ainda teriam trancado o sanitário no horário do expediente para supostamente evitar que os subalternos descansassem fora do período estabelecido.

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Má-alimentação

Um ex-funcionário, que preferiu não se identificar, trabalhou como cumim (auxiliar de garçom), e contou como era a rotina do almoço e janta servidos pela filial do Lago Sul. “Nós não tínhamos hora de descanso para comer. Nosso tempo destinado a alimentação era apenas no horário de chegada, e esse também era o intervalo de descanso. O restante do dia era todo destinado ao trabalho”, contou.

“Então, se um funcionário chegasse atrasado, ele não teria direito a alimentação e passava o dia inteiro sem comer, apenas trabalhando”, acrescentou. Além das poucas horas de descanso, pratos como estrogonofe de salsicha, carne crua e até ovo com mosca no alface eram entregues aos colaboradores.

Outro denunciante, que trabalhou como garçom na empresa, contou que, em outro dia, o almoço servido foi apenas um ovo frito. “Tive de tirar do meu bolso e comprar batata para acompanhar, se não era só ovo”.

Com alimentos muitas vezes intragáveis, os colaboradores, então, recorriam a restos de carnes e batatas que eram dispensados por frequentadores da loja. Muitas vezes esses alimentos eram consumidos no banheiro do restaurante.

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Danos físicos

Além da suposta má-qualidade na alimentação, os ex-funcionários relatam que não eram liberados a exercer suas funções utilizando o elevador da loja. Um deles relatou ter tido problemas na coluna. “Tinha de subir e descer escada com os pratos todo dia e hoje tenho escoliose por conta do trabalho”, contou o cumim.

Outro ex-funcionário conta que o assédio moral sofrido diariamente lhe causou problemas físicos e mentais, como ansiedade e depressão. “Cheguei a adoecer trabalhando lá, entrei em depressão seríssima de tanta ansiedade que eu tinha. Abriram rombos nas minhas mãos de tanto trabalho”.

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A equipe do Metrópoles procurou o restaurante Lifebox no Lago Sul. Por meio de nota, o restaurante se pronunciou. Leia o comunicado:

“Em relação às denúncias apresentadas, gostaríamos de esclarecer que nossa empresa possui políticas rigorosas contra qualquer forma de assédio, e promovemos uma cultura de respeito e colaboração entre todos os membros da equipe. Não há registros de casos de assédio moral por parte de nossos gerentes, e incentivamos nossos funcionários a comunicarem quaisquer preocupações para que possamos investigar e resolver imediatamente.

Quanto às horas de descanso, garantimos que todos os funcionários têm direito a intervalos regulares, conforme estabelecido pelas leis trabalhistas e nossa política interna.

Em relação à instalação de câmeras, gostaríamos de esclarecer que nunca foi instalada nenhuma câmera no banheiro dos funcionários. As câmeras de segurança estão estrategicamente posicionadas apenas em áreas comuns, como corredores e locais de preparo de alimentos, visando garantir a segurança de todos os presentes. Não há exposição da intimidade dos funcionários.

Quanto à comida oferecida aos funcionários, gostaríamos de enfatizar que todos os nossos colaboradores recebem refeições de qualidade, preparadas com os mesmos padrões e ingredientes frescos utilizados em nossos pratos servidos aos clientes.”

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Por Metrópoles

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