Durante uma diligência da CPI do MST no Sul da Bahia, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), relator da comissão, confrontou indígenas de Itamaraju. Segundo o parlamentar, o grupo invadiu as terras de um casal de fazendeiros há um mês.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram os membros da CPI conversando com os indígenas na sexta-feira 25.

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“Aqui é propriedade privada, tem escritura, tem tudo”, disse Salles. “Vocês entraram na casa do proprietário, tiraram o cadeado e arrancaram o vaqueiro. Depois vem se fazer de vítima. Eu sou deputado federal, sou um dos que vai levar esse caso, para pararem com esse negócio.”

Um homem que faz parte do grupo respondeu o parlamentar, dizendo que ele teria que “provar” a invasão. “Ele que abriu o cadeado”, declarou o rapaz. “A prova é vocês aqui dentro”, respondeu Salles.

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Ao portal Uol, o Cacique Zeca Pataxó, coordenador do Movimento Indígena da Bahia, disse que o grupo não sabia da visita dos parlamentares. Além disso, que a terra era demarcada, “consagrada” e já estaria pronta para a “homologação”.

Membro da CPI, a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) disse que vai indiciar Salles e o presidente do colegiado, deputado federal Zucco (Republicanos-RS), que também estava no local, por “invadir uma terra indígena sem autorização”.

Segundo Salles, indígenas chegaram depois

Foto: Reprodução

A Oeste, Salles confirmou que a visita não fazia parte da diligência, mas que os membros da CPI do MST foram procurados pelos proprietários da fazenda na tarde de ontem. Mas negou que a fazenda estivesse sob solo demarcado.

“O deputado federal Capitão Alden (PL-RO) trouxe um casal que pediu para a gente ver a fazenda deles, que foi invadida”, explicou Salles. “Os donos negaram que fosse terra demarcada. Ao chegar ao local, encontramos um casal, que afirmou não ter participado das invasões, e que estava lá há dois dias.”

O grupo indígena teria chegado apenas no momento em que os membros da CPI estavam indo embora. “Chegaram de carro e de iPhone na mão”, contou o deputado. “Todos estavam recém fantasiados. Eles invadiram a fazenda com armas, facas e retiraram os donos a força.”

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Conforme Salles, o local foi invadido por um grupo que junta movimentos sem-terra com indígenas. Os proprietários registraram um boletim de ocorrência, mas nenhuma medida efetiva foi tomada.

“Ninguém faz nada em prol dos proprietários”, concluiu Salles. “Na região, são todos pequenos produtores. No relatório da CPI, vou indiciar criminalmente os líderes dos movimentos sem-terra.”


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R7

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