Aos 5 anos de idade, o então pequeno Miguel Oliveira já sabia o que queria ser – mas, ao contrário das crianças da sua idade, ele não pensava em virar astronauta ou jogador de futebol. O brasiliense queria seguir os passos da mãe, Katia Maria Alves, e se enveradar pelo mundo da dança. Mais de uma década depois, aos 18, o bailarino tem se tornando um nome importante, faturando inclusive um dos mais prestigiados prêmios da modalidade.

Miguel Oliveira já conquistou duas vezes o importante Prix de Lausanne, um dos maiores do mundo, como Melhor Jovem Talento, em 2022, e com o solo de Melhor Coreografia, representando sua escola, em 2023. Atualmente, o artista estuda balé na Hamburgo Ballet School, na Alemanha, com ajuda da bolsa integral que conquistou após ganhar as premiações.

O Prix de Lausanne é uma competição que acontece na Suíça e desempenha um papel fundamental na descoberta e no apoio a jovens talentos da dança clássica. A premiação permite que os bailarinos conheçam profissionais de renome internacional, além de serem avaliados e treinados individualmente durante uma semana.

Para os vencedores, como foi o caso de Miguel, é dada a oportunidade de ver a sua carreira na dança deslanchar, pois são oferecidas bolsas para estudar ballet nas melhores escolas do mundo, em diferentes países, como Noruega, Estados Unidos, Bélgica e Alemanha.

Olhando para trás, o bailarino, que é o caçula de quatro irmãos também amantes das artes, enxerga as dificuldades do caminho, como, até mesmo, a ausência das apropriadas sapatilhas – um percalço que hoje serve de inspiração.

“Em uma boa parte da minha trajetória, quando minha família estava em uma situação um pouco mais difícil, eu e o meu irmão fazíamos a maioria das aulas de meia. Normalmente a gente faz aulas de sapatilha no balé, mas não era possível”, explicou Miguel. Da adversidade, o jovem criou um estilo e adotou o não uso do calçado tradicional como um dos diferenciais de suas apresentações.


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“Eu estava conversando com minha mãe esses dias e é muito bom relembrar que nessa situação difícil que a gente já passou, de estar fazendo aula de meia, agora estou em um palco aqui na Europa, de meia também, então é bem divertido”, ressalta o bailarino.

Miguel enfatiza sua trajetória de superação para mostar que, apesar de ser uma modalidade cara, é possível construir uma carreira de sucesso no balé. Neste ponto, o jovem se considera um privilegiado por viver, atualmente, o seu sonho.  Apesar dos encantos da dança, o bailarino afirma que esse mundo exige investimentos pesados, que vão dos custo dos cursos até os acessórios e vestuários necessários.

E o futuro?

Miguel sabe que chegou mais longe do que a maioria dos jovens que se aventuram no mundo da dança. Como grande parte das profissões, o funil que separa os entusiastas do sucesso é estreito. É por isso, que o bailarino quer conquistar ainda mais coisas.

“Meu sonho como bailarino agora é estar em uma companhia e poder explorar e conhecer mais sobre mim. Saber como eu posso me mover e como eu posso mover outras pessoas, além de conseguir transformar as pessoas com a minha dança. A tal ponto de uma pessoa vir me assistir em um espetáculo e voltar diferente para casa”, conclui.

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Por Metrópoles

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