São Paulo registrou uma redução de quase 40 mil pessoas ocupadas no setor do comércio, entre 2012 e 2021. Os dados constam na Pesquisa Anual de Comércio (PAC), divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento comparou as características estruturais do segmento empresarial da atividade de comércio, num período de 10 anos. Segundo o estudo, em 2021, o setor ocupou um total de 2.912.419 pessoas, em SP. Em 2012, eram 2.953.335 pessoas.

A pesquisa avalia os três principais segmentos: comércio de veículos, peças e motocicletas; comércio por atacado; e comércio varejista. Segundo o IBGE, houve decréscimo de 20,6 % no número de unidades locais com receita de revenda das empresas comerciais em SP. O total de unidades locais passou de 506.140 mil em 2012, para 419.504 mil em 2021.

Também houve perda de 95 mil unidades no comércio varejista e de 4 mil unidades no comércio de veículos, peças e motocicletas. Por outro lado, o comércio atacadista apresentou aumento de 13.669 unidades.

De acordo com o estudo, em 2021 o salário médio mensal percebido por trabalhadores em cada divisão de atividades cresceu de 2,2 para 2,4 salários mínimos. Em comparação a 2012, o salário médio recebido no comércio por atacado e de veículos, peças e motocicletas, permaneceu em 2021 em 2,5 e 3,9 respectivamente. O salário médio no comércio varejista aumentou para de 1,7 para 2,0.

Dentro dessa situação, o economista Aurélio Trancoso destaca que, diante dos resultados, é possível notar que os melhores salários do país em relação ao setor se concentram nas regiões Sul e Sudeste, que, por sua vez, também são as regiões que mais empregaram pessoas até 2021.

“Os melhores salários hoje estão no Sudeste e no Sul, teve um aumento pequeno, mas teve. Depois o centro-oeste, com aumento praticamente igual do Brasil, acompanhou o aumento brasileiro. E você tem norte e nordeste com os menores aumentos em termos de salário mínimo. Quando você fala de pessoas ocupadas, as regiões sul e sudeste são as que mais empregam e são as que dão melhores salários”, diz.

Apesar das reduções, a receita bruta de SP em 2021 dobrou de valor, em comparação ao ano de 2012, registrando quase R$ 2 trilhões. Do total, R$ 727 bilhões (43,7%) foram gerados no comércio varejista; R$ 890 bilhões (48,6%) no comércio por atacado; e R$ 132 bilhões (7,8%) no comércio de veículos, peças e motocicletas.

O economista Luigi Mauri observa que, apesar da relativa melhoria que ocorreu no comércio, não houve uma recuperação total com relação ao período pré-pandemia. Ainda segundo o especialista, houve mudanças no comportamento de consumo dos brasileiros.

“Até 2021, a gente consegue observar claramente que o consumidor teve uma preferência por vendas online, quer dizer, as vendas físicas no comércio diminuíram e as vendas online cresceram. Ainda não é a predominância, mas elas tiveram um bom destaque nesse período até 2021. Isso pode apontar uma tendência para os próximos anos de o consumidor preferir comprar do conforto da sua casa, online, em vez de ir ao comércio fisicamente”, explica.

Pesquisa Anual de Comércio (PAC)

O IBGE realiza a Pesquisa Anual de Comércio desde 1996. Segundo o instituto, as informações retratadas na PAC são indispensáveis para a análise e o planejamento econômico das empresas do setor privado e dos diferentes níveis de governo.

 

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Por Brasil 61

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