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Diretor do Aquário Paraíba fala sobre a inauguração do Recanto das Aves, a importância da preservação e educação ambiental e os projetos de reabilitação de espécies marinhas

Emmanuel Lopes, diretor do Aquário Paraíba e engenheiro ambiental formado pela FPB aos 50 anos, é um exemplo inspirador de como a paixão pelo meio ambiente pode se transformar em grandes realizações.

Com uma carreira que começou na metalúrgica do pai e se estendeu por áreas como vendas, criação de camarão e exportação de peixes ornamentais, Emmanuel sempre buscou unir seus interesses com um propósito maior. Após uma trajetória que incluiu ser vereador em Baía da Traição e trabalhar com consultoria ambiental na Siga Ambiental, ele concretizou seu sonho ao fundar o Aquário Paraíba, um espaço dedicado à preservação e educação ambiental, localizado no Seixas e aberto ao público em geral para visitação.

No local, são 120 espécies em 29 recintos, desde aquários de pequeno porte até o do tubarão que tem 58 mil litros, por exemplo, já o tanque da tartaruga tem 20 mil litros. “O Aquário tem uma história longa, pelo sonho que sempre tive, e está sempre em expansão para que as pessoas conheçam mais da nossa fauna e saia daqui consciente. Temos ações junto a outros órgãos como Emlur, Secretaria do Meio Ambiente, de João Pessoa, Sudema, Ibama e digo sempre: não é apenas ‘Vamos limpar as praias’, mas levar educação para evitar sujá-las que é importante. Porque não adianta você limpar hoje e amanhã tudo estar do mesmo jeito. A conscientização é fundamental para preservarmos nossa fauna e nossos ambientes naturais”, destaca Emmanuel.

Agora, o engenheiro se prepara para inaugurar mais uma etapa nesse sonho: o Recanto das Aves. Este espaço promete não apenas entreter, mas também educar o público sobre a importância da preservação da fauna. Nesta entrevista, ele compartilha suas expectativas para o Recanto das Aves, os desafios enfrentados pelo aquário, e suas visões para o futuro da conservação ambiental.

Confira:

Como surgiu o Aquário Paraíba?
É o resultado de um sonho de longa data e está em constante expansão. Trabalhamos com várias entidades, como a Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para promover ações de preservação. Meu primeiro “brinquedo” foi um aquário, que eu mesmo construí em casa, e sempre tive o desejo de algo maior, como é hoje. Ao trabalhar em ramos como a pesca e a comercialização de peixes ornamentais percebi o desejo de criar um lugar para a preservação das espécies.

Como será a nova área, o Recanto das Aves?
O Recanto das Aves está em desenvolvimento há cerca de dois anos. A expectativa é grande. Queremos proporcionar um espaço onde os visitantes compreendam a importância da preservação. No total, serão 11 recintos com aproximadamente 30 espécies, incluindo arara-azul, arara-canindé, arara-vermelha, ring neck, também conhecido como periquito-de-colar, papagaios, gaviões, Jacaré e quelônios (jabutis). Temos também pavões que já fazem parte do plantel do aquário.

Quais são os principais desafios que o Aquário Paraíba enfrenta?
Um deles é fazer a população entender a importância do Aquário. Nossa localização é privilegiada, no extremo oriental das Américas, mas precisamos de investimentos. Atualmente, tudo é financiado pela bilheteira, o que inclui desde a reabilitação dos animais até a manutenção das exposições. Recentemente, fundamos o CEREM (Centro de Reabilitação de Espécies Marinhas) para obter apoio e recursos para nossos projetos.

Como funciona o CEREM?
Logo que abrimos o Aquário, pensamos só na parte turística, mas depois veio a responsabilidade ambiental, e abraçamos isso com muita força. Recebemos principalmente animais marinhos. Quando um animal é resgatado, como tartarugas marinhas, a Polícia Ambiental nos encaminha. Atualmente, temos uma fragata (ave) e duas tartarugas para soltar em breve. A fragata foi encontrada em Cabedelo com feridas nas pernas e está em recuperação. Este centro é essencial para nossa missão de reabilitar e devolver animais ao seu habitat.

Quais programas educacionais são oferecidos no Aquário PB?
Oferecemos o Cine Aquário e diversas exposições. Uma das mais impactantes é sobre tampinhas de plástico, ligada ao projeto “Mares sem Plástico” da professora Cláudia Cunha, da UFPB. Temos visitas guiadas, exposições de tartarugas taxidermizadas e um auditório para grupos escolares, onde promovemos filmes educativos e atividades para crianças de todas as idades, sempre focando na educação ambiental.

Como o público pode contribuir para a preservação das espécies e ajudar o Aquário PB?
A melhor forma é visitando o aquário. Nossa única fonte de renda vem da bilheteira, loja e lanchonete, e todo o dinheiro é revertido para a preservação dos animais. É importante que o público tenha consciência de que os animais não estão aqui apenas para serem exibidos, mas para serem cuidados. Muitos não podem voltar à natureza devido a mutilações, e nosso papel é oferecer a melhor qualidade de vida possível para eles.

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Portal da Capital

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