A Vale chamou a atenção do mercado na noite de quinta-feira, 26 de julho, ao divulgar que o seu lucro no segundo trimestre triplicou em relação ao mesmo período de 2023, para US$ 2,7 bilhões, além de anunciar o pagamento de cerca de US$ 1,6 bilhão em juros sobre capital próprio (JCP).

Do ponto de vista operacional, a Vale também teve um outro destaque para reportar. A companhia bateu o recorde de produção de minério de ferro para um segundo trimestre, que atingiu 80,6 milhões de toneladas, alta de 2,4% em base anual. A marca anterior era de abril a junho de 2018.

Combinado com o aumento de 7% do volume de vendas, o resultado da produção trouxe confiança para a companhia em relação ao restante do ano.

“O resultado do primeiro semestre reforça a nossa confiança de atingir a parte alta do guidance de produção para 2024”, disse o CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, em teleconferência com analistas na sexta-feira, 26 de julho. “O melhor ainda está por vir.”

Para este ano, a expectativa da Vale é registrar uma produção entre 310 milhões e 320 milhões de toneladas de minério de ferro. Na call, os executivos destacaram as medidas tomadas na frente operacional para garantir poucas interrupções na produção, com medidas para melhorar a eficiência.

E a expectativa é de que a produção da Vale siga avançando, com a chegada de duas novas iniciativas. A companhia anunciou que os projetos de Vargem Grande e Capanema, ambos em Minas Gerais, seguem com boa evolução, estando 96% e 83% concluídos, respectivamente.

A perspectiva é de que Vargem Grande entre em operação no final do ano e Capanema em meados de 2025. Ambos devem agregar cerca de 30 milhões de toneladas de minério de ferro. “A tendência é positiva de atingirmos a marca de 340 milhões e 360 milhões de toneladas até 2026”, afirmou Gustavo Pimenta, CFO da Vale.

Questionado sobre a possibilidade de revisar para cima o guidance de curto prazo, Pimenta afirmou que tudo vai depender do desenrolar das atividades.

Ainda que o volume de produção tenha impressionado, os analistas que acompanham a Vale destacaram que o resultado da companhia foi neutro, com o lucro beneficiado pelo desinvestimento na PTVI (operação na Indonésia da Vale Base Metals) e pela baixa do imposto de renda diferido relacionado às
provisões da Fundação Renova

Dois pontos foram destacados. O primeiro foram receitas inferiores ao esperado em função de menores preços realizados de minério de ferro – a receita líquida consolidada subiu 3% em base anual, para US$ 9,9 bilhões. O Ebitda ajustado alcançou US$ 3,2 bilhões, queda de 1%.

O segundo ponto está relacionado a custos mais elevados, em especial o chamado custo caixa C1, que representa o custo de produção e frete da mina até o porto. Excluindo compras de terceiros, essa métrica atingiu US$ 24,9 por tonelada no trimestre, versus os US$ 23,5 por tonelada apurados no segundo trimestre de 2023.

No balanço, a companhia destacou que o aumento foi motivado pelo impacto sazonal do giro de estoques e à concentração de atividades de manutenção e que confiantes em alcançar nosso guidance de custo C1 de US$ 21,5 a 23,0 por tonelada em 2024.

Pimenta afirmou que esse tem sido um tema dentro da companhia nos últimos dois anos, que vem colocando em prática novos processos para melhorar a eficiência. “Com o tempo, isso deve tornar os custos mais eficientes, e temos visto isso nos números”, disse.

Em relação aos preços realizados, a expectativa é de que os preços do minério de ferro sejam sustentados na segunda metade do ano por um “mercado mais equilibrado” em termos de oferta e demanda, segundo Marcello Spinelli, vice-presidente executivo de soluções de minério de ferro.

A dívida líquida da Vale fechou o segundo trimestre em US$ 8,6 bilhões, queda de 4% em base anual.

Por volta das 13h39, as ações da Vale subiam 1,12%, a R$ 61,25. No ano, os papéis caem 17,07%, levando o valor de mercado da companhia a R$ 261,4 bilhões.

source
Fonte
Neofeed

Ouça a Rádio Piranhas FMRádio Piranhas FM pelo RadiosNet. #OuvirRadio