Neste domingo, 17, a viúva do líder opositor Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, esteve na embaixada da Rússia em Berlim, na Alemanha, na fila de votação para as eleições presidenciais russas. Ela também apoiou a campanha de protesto “Meio-dia contra Putin”.

“Meio-dia contra Putin” é uma iniciativa do político liberal exilado Maxim Reznik, que classifica as eleições como uma “operação eleitoral especial” para mostrar unidade contra o presidente russo, Vladimir Putin, em uma eleição sem eleição. No pleito, os outros candidatos são vinculados ao Kremlin, o que garante que o atual presidente será reeleito.

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De acordo com informações da agência de notícias EFE, a campanha foi respaldada pelo próprio Navalny antes de sua morte na prisão, ocorrida em fevereiro. Os organizadores dão aos participantes diversas opções, desde boicotar a votação até anular a votação ou votar contra Putin.

A ex-porta-voz de Navalny, Kira Yarmish, que continua trabalhando pela causa do falecido opositor, publicou um vídeo desse momento nas redes sociais. Entre aplausos de seus compatriotas, Navalnaya sorriu para agradecer o apoio.

Com um buquê de flores que alguém lhe deu, a viúva de Navalny esperou sua vez de votar. Dmitri, um jovem russo, disse ao jornal Berliner Morgenpost que conversou brevemente com Navalnaya para lhe dizer “que ela é muito corajosa”.

Ao sair da embaixada, Yulia também disse que os russos devem permanecer sendo corajosos e que “um dia, muito em breve, o povo irá vencer”.

Quem era Alexei Navalny, principal opositor de Vladimir Putin

Alexei Navalny em manifestação na Rússia, no dia da unidade nacional no distrito de Lublino, em Moscou, Rússia (4/11/2011) | Foto: Shutterstock

Alexei Navalny tinha 47 anos e morreu em 16 de fevereiro em uma prisão de segurança máxima de Kharp, na Sibéria. Ele era o principal líder da oposição ao governo de Vladimir Putin. 

De acordo com o Serviço Penitenciário Federal da Rússia (FSIN), Navalny morreu depois de uma caminhada, quando desmaiou e perdeu a consciência. O ativista ganhou destaque por satirizar a elite em torno de Putin. Ele também acusava o governo russo de corrupção. 

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Sem assistência, Navalny foi de colônia em colônia até o extremo norte, onde vivia em exílio, sem receber notícias nem correspondências. Antes, ele sofreu uma tentativa de envenenamento em um avião, o que ele atribuiu ao líder do Kremlin.

A partir de agosto de 2022, Navalny esteve em celas de castigo 27 vezes, por mais de 300 dias. Os motivos variavam: desde um botão desabotoado na camisa até o fato de não ter colocado imediatamente as mãos atrás das costas, quando abordado por policiais.

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Durante sua prisão, médicos russos chegaram a enviar uma carta aberta a Putin, onde pediam para que parassem com o “abuso” contra o prisioneiro. 

Navalny estava desaparecido desde 6 de dezembro de 2023, o que fez o governo dos Estados Unidos manifestar profunda preocupação com o bem-estar do ativista. O país norte-americano atribuiu às autoridades russas a responsabilidade pelo opositor.

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Fonte : Revista Oeste

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