Os irmãos argentinos têm o hábito de se sentirem excepcionais. No entanto, o que acabaram de repetir no domingo é algo que ocorreu em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil.

Uma grande frustração com a classe política resulta no sucesso eleitoral daqueles que prometem acabar com essa mesma classe política, apresentando soluções tão radicais quanto improváveis de serem realizadas.

Isso acontece porque o sistema político permanece inalterado, aumentando o descontentamento e a rejeição dos eleitores por esse sistema, no qual vivem e escolhem seus candidatos.

Apesar disso, é significativo o impacto do triunfo eleitoral de um libertário de extrema direita nas primárias argentinas.

A celebração em torno do nome desse político, Javier Milei, de certa forma, ofuscou o que foi a derrota mais espetacular nessas primárias: a do peronismo no poder.

Isso, no qual aparentemente Lula e o governo brasileiro depositaram suas esperanças, cometendo mais um erro básico de política externa.

Para os argentinos, o cenário à frente é de extraordinária incerteza, sendo excepcional apenas na gravidade da crise econômica e política.

Há 22 anos, a Argentina clamava em uníssono: “Que todos se retirem”, referindo-se a todos os políticos.

Uma geração depois, a vitória de Milei é o mesmo clamor direcionado aos políticos: que todos se retirem. O problema é que a situação apenas se agravou.

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Fonte : CNN BRASIL

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