Hoje pela tarde, um carro blindado do Exército boliviano derrubou a porta de entrada do palácio de governo, no centro da capital, La Paz. Enfrentaram-se o comandante da tropa, o general Juan José Zúñiga, e o presidente Luis Arce, que, a seguir, demitiu o comandante.
Tão rápido como tinham chegado ao palácio, os militares armados abandonaram o recinto, deixando um enorme ponto de interrogação sobre como fica a política boliviana, que tem uma disputa eleitoral marcada para o ano que vem entre o atual presidente e seu antigo mentor, Evo Morales, que os militares revoltados querem impedir de se candidatar.
O incidente é grave quando se considera o que ele diz sobre as várias crises na América do Sul que atingiram Chile, Peru, Colômbia, Venezuela, Argentina, Equador e Bolívia, além do próprio Brasil.
Não importa se os governos são de esquerda ou direita, a América do Sul é hoje um enorme espaço crescendo mais devagar que países emergentes comparáveis na Ásia, por exemplo, que não consegue dar conta das mazelas de sempre: desigualdade, pobreza, injustiça social e atraso na corrida tecnológica.
O Brasil já teve mais influência sobre o que acontece em seus vizinhos. Continua hoje correndo atrás dos velhos sonhos de integrar fisicamente a América do Sul. Realmente nova no subcontinente é a acelerada expansão do crime organizado transnacional.
Além disso, há um sentimento de enorme frustração com a economia, os governantes, o sistema e a política, que o episódio de hoje na Bolívia também demonstra.
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Fonte : CNN BRASIL