O produtor e compositor Antônio Carlos Carvalho, conhecido por ter lançado o grupo Raça Negra nos anos 1990, morreu aos 78 anos na cidade de Americana, no interior de São Paulo.

Seu velório acontece, nesta sexta-feira (1º), aberto ao público no hall de entrada do Teatro Municipal da cidade. O sepultamento está marcado para as 15 horas, no Cemitério da Saudade.

FOTOS:

Pela morte de Carvalho, que era cidadão emérito americanense, a prefeitura de Americana declarou luto oficial por três dias no município.

“Em razão dos relevantes serviços prestados como compositor e produtor musical e por ser pessoa de expressão pública”, justificou a prefeitura.

Nascido em 1945, Antônio Carlos começou sua carreira no jornalismo e trabalhou como radialista nas rádios Tupi e Difusora de São Paulo.

Ele trabalhou como produtor e diretor artístico de gravadoras como Chantecler, Continental, Warner Brothers, Polygram e RGE.

Nos anos 1990, quando estava na RGE, ele foi o responsável pelo lançamento do grupo de samba e pagode Raça Negra, formado na zona leste de São Paulo na década anterior.

“Começamos na Vila Nhocuné (zona leste), onde morávamos, no bar do Coalhada. Por volta de 83, Paulinho e eu nos reuníamos lá depois de jogar futebol para tocar um violão. Aquilo foi crescendo, crescendo, e aí acabamos criando o grupo e começamos a tocar na noite. Foram oito anos batalhando, aproveitando os espaços que surgiam e aprimorando o nosso trabalho. Tocávamos músicas de Tim Maia, Jorge Ben Jor, Cassiano e também composições próprias”, relatou Luiz Carlos, o vocalista do grupo, à Folha de S. Paulo em 1997.

“Em 90, estávamos tocando no Bar Channel, em São Paulo, quando o produtor Antônio Carlos de Carvalho, da gravadora RGE, nos conheceu. Ele foi nos ver tocar recomendado por um músico. Na época, estávamos preparando a fita para lançarmos um disco independente, que já estava quase pronto. O Carvalho gostou de nós, a RGE nos convidou para gravar com eles, e assinamos o contrato em 1990. Nosso primeiro disco saiu em 91, e deu início à nossa história fonográfica”, completou.

Antônio Carlos também teve carreira como compositor, e tem 114 fonogramas creditados, de acordo com Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB).

Entre os intérpretes de músicas que ele fez estão, além do Raça Negra, Os Originais do Samba (“Escravo da Paixão”), Chitãozinho e Xororó (“Os Meninos do Brasil”) e Rick e Renner (“O Show Não Pode Parar”), por exemplo.

“Carvalho conviveu e trabalhou com músicos como Elis Regina, João Gilberto, Gilberto Gil e Moraes Moreira, que fazem parte da história de nosso país. Teve fundamental contribuição para a cultura musical de nosso país, enaltecendo sempre o nome de Americana”, afirmou a prefeitura da cidade.

source
Fonte : CNN BRASIL

Ouça a Rádio Piranhas FMRádio Piranhas FM pelo RadiosNet. #OuvirRadio