Após um debate difícil contra Donald Trump, o presidente Joe Biden buscou tranquilizar os eleitores democratas sobre sua capacidade de continuar na disputa presidencial. Em um comício em Raleigh, Carolina do Norte, Biden destacou sua habilidade para liderar o país e ser honesto.

“Sei dizer a verdade”, afirmou o presidente de 81 anos, segundo informações de agências divulgadas pelo O Globo.

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Ao se dirigir a uma plateia animada na sexta-feira, 28, Biden parecia mais enérgico do que na noite anterior, apesar de uma tosse persistente, conforme informado por seus assessores. Ele aproveitou o tempo no palco para criticar duramente Trump, descrevendo-o como uma ameaça à democracia americana.

“Eu sei que não sou um homem jovem, para dizer o óbvio”, afirmou o presidente. “Sei que não caminho tão facilmente como antes, não falo tão bem como antes, não debato tão bem como antes, mas sei o que sei. Eu sei dizer a verdade. Dou minha palavra como Biden. Eu não estaria concorrendo novamente se não acreditasse de todo o meu coração e alma que posso fazer esse trabalho. Porque, francamente, os riscos são muito altos.”

Biden, em contraste com seu desempenho no debate, foi mais incisivo nas críticas, chamando Trump de “onda de crimes de um homem só”, referindo-se aos problemas legais enfrentados pelo ex-presidente. Ele reiterou que a eleição é uma escolha entre integridade e criminalidade.

Durante o debate, Trump minimizou suas questões legais e comparou sua situação à de Hunter Biden, filho do presidente, que foi condenado por mentir sobre o uso de drogas ao comprar uma arma. Trump também acusou Biden de ser um criminoso.

“O único criminoso condenado no palco ontem à noite foi Donald Trump”, disse Biden no comício. “Quando pensei em suas 34 acusações por crimes graves, sua agressão sexual a uma mulher em um lugar público e sua multa de US$ 400 milhões por fraude empresarial, pensei comigo mesmo: Donald Trump não é apenas um criminoso condenado. Ele é uma onda de crimes de um homem só.”

A multidão respondeu com gritos de “prendam-no!”, ecoando os comícios de Trump em 2016, quando ele atacava Hillary Clinton.

A primeira-dama, Jill Biden, iniciou o comício elogiando o desempenho do presidente no debate, apesar das preocupações dos democratas. “Não há ninguém que eu preferisse ter no Salão Oval agora além do que meu marido”, afirmou ela.

“O que vocês viram ontem à noite no palco do debate foi Joe Biden, um presidente com integridade e caráter, que disse a verdade. E Donald Trump falou mentira atrás de mentira atrás de mentira.”

O discurso de Biden, que durou cerca de 15 minutos, foi recebido com aplausos e gritos. Ele deixou o palco ao lado de Jill, acenando para a plateia. Entretanto, o pronunciamento não teve a mesma audiência do debate na CNN, que atraiu 48 milhões de telespectadores, segundo o Instituto Nielsen.

O comício ocorreu em meio a receios entre os democratas após o desempenho fraco de Biden no debate, aumentando a especulação sobre uma possível troca de candidato antes das eleições de novembro. Embora possível, essa substituição é difícil sem a vontade de Biden de desistir antes da convenção do partido, prevista para agosto.

Em Chesapeake, Virgínia, Trump descartou a possibilidade de Biden abandonar a disputa.

“Muitas pessoas estão dizendo que, depois do desempenho de ontem à noite, Joe Biden está deixando a disputa”, ressaltou o candidato. “Mas eu realmente não acredito nisso porque ele se sai melhor nas pesquisas do que qualquer um dos democratas sobre os quais eles estão falando.”

A campanha republicana explorou a fragilidade de Biden no debate nas redes sociais, reforçando a tese de que ele não tem condições de governar o país.

Na noite anterior, Biden foi recebido com entusiasmo em Atlanta, Geórgia, após o debate. Ele preferiu focar nas falhas de Trump, que aproveitou o formato do debate para apresentar sua narrativa.

“Não consigo pensar em nada que ele tenha dito que fosse verdade”, observou Biden. “Vamos vencer esse cara. Precisamos vencer esse cara e preciso de vocês para vencê-lo.”

Apesar do otimismo no comício, democratas em Washington e outros centros expressaram preocupação com o desempenho de Biden. Van Jones, ex-assessor de Barack Obama e comentarista da CNN, descreveu o desempenho do presidente como “doloroso” e sugeriu sua substituição.

“Eu amo Joe Biden”, ressaltou o ex-assessor. “Trabalhei para Joe Biden. Ele não se saiu nada bem. Ele está fazendo o melhor que pode. Mas ele tinha um teste para realizar esta noite para restaurar a confiança do país e da base. E ele falhou em fazer isso.”

Em seguida, Jones deu a sua sugestão.

“Acho que muitas pessoas vão querer vê-lo considerar um curso diferente agora”, avaliou ele. “Ainda estamos longe de nossa convenção, e há tempo para este partido descobrir um caminho diferente a seguir, se ele nos permitir fazer isso.”

Jones estava mais alinhado à reação pós-debate do que à euforia do evento em Atlanta. Colunistas do New York Times sugerem que Biden deveria considerar deixar a disputa ou enfrentar pressão para tal.

Thomas L. Friedman, influente analista político, classificou o debate como “o momento mais doloroso da campanha presidencial americana” e pediu a saída de Biden.

Apesar das críticas, Biden deixou claro que não pretende desistir e conta com o apoio de líderes do partido. Em uma postagem no Twitter/X, o ex-presidente Barack Obama minimizou as dificuldades de Biden no debate.

“Noites de debate ruins acontecem”, escreveu Obama. “Esta eleição ainda é uma escolha entre alguém que lutou pelas pessoas comuns durante toda sua vida e alguém que só se preocupa consigo mesmo. Entre alguém que fala a verdade; que distingue o certo do errado e o transmitirá diretamente ao povo americano, e alguém que mente descaradamente em seu próprio benefício.”

Membros da ala radical do Partido Republicano também reagiram ao debate. Nikki Haley, ex-embaixadora dos EUA na ONU, questionou a intenção de Biden de disputar as eleições em uma publicação no Twitter. “Guardem minhas palavras… Biden não será o candidato democrata. Republicanos, mantenham-se atentos!”


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Fonte : Conexão Politica

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