Ausência de Milei na cúpula do Mercosul é “lamentável”, diz secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty

A secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Padovan, afirmou que a ausência do presidente argentino, Javier Milei, na Cúpula do Mercosul é “lamentável”.

“A gente lamenta, não é desejável que um presidente decida não ir, mas a decisão é soberana, cada país faz sua política externa”, disse a secretária.

Queremos que a cúpula aconteça da melhor forma possível, ainda que seja lamentável que um presidente decida não se reunir com os seus parceiros em um agrupamento tão importante

Gisela Padovan

A cúpula do Mercosul está marcada para acontecer na segunda-feira (8) em Assunção, no Paraguai. O presidente argentino desistiu de ir ao encontro — o país vai ser representado pela chanceler Diana Mondino.

De acordo com Padovan, a ausência de Milei não vai atrapalhar o andamento da Cúpula do bloco comercial.

“O Mercosul tem 33 anos de história, é um bloco consolidado. Assinaremos tudo que tivermos que assinar, ou seja, na substância da cúpula não altera em nada pela própria maturidade do Mercosul “, complementou a secretária.

Milei no Brasil

Na última segunda-feira (1°), integrantes da Casa Rosada confirmaram que Milei participará da Conferência de Ação Política Conservadora, que será realizada em Camboriú (SC) e terá palestra do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo apurações da CNN, o presidente da Argentina deve ter uma reunião com Bolsonaro. Entretanto, não deve se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Milei embarca para o Brasil no sábado (6) e retorna para a Argentina no domingo (7).

Sobre a visita de Milei ao Brasil, Padovan afirmou que o Itamaraty não recebeu nenhuma notificação oficial.

“Em relação a presença do Milei no Brasil, ainda não temos nenhuma confirmação oficial, então não posso nem comentar”, afirmou a secretária.

Padovan também evitou comentar sobre as farpas trocadas entre Lula e Milei.

Recentemente, Lula afirmou que Milei deveria pedir desculpas por ter dito “muita bobagem”. Em seguida, o chefe de Estado Argentino reiterou considerar que o presidente brasileiro é “corrupto”.

O porta-voz da Presidência argentina, Manuel Adorni, informou que a decisão de cancelar a ida ao Mercosul não teria relação com esses fatos.