O Líbano está prestes a banir a exibição de “Barbie“. Nesta quarta-feira (9), Mohammad Mortada, ministro da Cultura, deu declarações sobre o filme protagonizado por Margot Robbie, dizendo que diminuía a importância da família e que promovia a homossexualidade. O Kuwait também decidiu barrar a produção da Warner Bros. no país, considerando que estava protegendo “a ética pública e as tradições sociais“, conforme informou a agência de notícias estatal.

Mortada disse que “Barbie” foi feito para “promover homossexualidade e transformação sexual” e “contradizer os valores de fé e moralidade” ao diminuir a importância da família. “O filme vai contra os valores morais e religiosos do Líbano, pois incentiva a perversidade e a transformação de gênero ao mesmo tempo em que pede a rejeição do patriarcado e ridiculariza o papel das mães”, declarou o político.

Barbie já está vetado no Kuait e no Vietnã (Reprodução/Warner Bros)

A Reuters explicou que após a ação de Mohammad, outro ministro pediu para um comitê revisar a censura do filme e dar um parecer. “Com base na ação de Mortada, o ministro do Interior, Bassam Mawlawi, por sua vez, pediu ao comitê de censura da Segurança Geral, que depende do ministério do interior e é tradicionalmente responsável pelas decisões de censura, para revisar o filme e dar sua recomendação”, informou a agência de notícias.

Na terça-feira (8), o gabinete libanês pediu para os cidadãos “se apegarem” aos valores da família após uma reunião com o principal clérigo cristão do país, Bechara Boutros al-Rai, embora não tenha citado a comunidade LGBTQIA+.

Ayman Mhanna, diretor-executivo da fundação cívica sem fins lucrativos Samir Kassir, explicou que a decisão ocorreu em meio a “uma onda de fanatismo“. “Isso faz parte de uma campanha mais ampla que reúne o Hizbullah, a extrema direita cristã, e outros líderes religiosos importantes em uma campanha dirigida contra pessoas LGBTQIA+“, disse para a Reuters.

“Barbie” foi programado para estrear no Oriente Médio em 19 de julho, antes do lançamento global do longa. No entanto, o filme deve ser lançado em alguns locais do Oriente Médio, incluindo a Arábia Saudita, em 31 de agosto. Inicialmente, a data tinha sido transferida para esta quinta (10). A nova data foi decidida após a censura local sugerir edições em narrações e diálogos relacionados à comunidade LGBTQIA+.

Margot Robbie é vítima de xenofobia durante divulgação de “Barbie” nos EUA (Reprodução/Warner Bros)

Em 2017, o Líbano foi o primeiro país árabe a realizar a semana do orgulho gay, mas por conta do período de caos econômico e político, esse posicionamento pode estar mudando. Mawlawi, que é apoiado pelo grupo armado xiita Hezbollah, e Hassan Nasrallah deram declarações recentes sobre questões LGBTQIA+.

Em 2022, Mawlawi proibiu eventos “promovendo a perversão sexual” no Líbano, se referindo a reuniões em prol da causa LGBTQIA+. Já Nasrallah declarou que a homossexualidade é a representação de um “perigo iminente” para o país e precisava ser “confrontada“. Para ele, pessoas homossexuais devem ser “mortas“, “mesmo sendo a primeira vez, mesmo que seja solteiro, ele será morto“.

Filmes que tratam ou contêm sexo, homossexualidade e questões religiosas são vetado no Oriente Médio com frequência, cumprindo regras de censura. Se um estúdio não se dispor a fazer os ajustes sugeridos, os longas são proibidos. Um caso recente foi com “Homem-Aranha: Através do Verso-Aranha”, que não foi aprovado na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos, provavelmente por causa de uma cena que apresentava uma bandeira “Proteja as vidas trans”.

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O Vietnã também proibiu a exibição de “Barbie” por mostrar um mapa que o país alegou ser de reivindicações territoriais ilegais da China. Além do filme de Greta Gerwig, o Kuwait também baniu “Talk to Me” por conta de um ator transexual integrar o elenco.

“Barbie”, estrelado por Robbie e Ryan Gosling, já gerou US$ 1,03 bilhão nas bilheteria do mundo todo, incluindo a marca de US$ 468 milhões na América do Norte.

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Fonte : Hugo Gloss

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