O discurso desastroso do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em entrevista ao jornal ‘O Estadão’, precisa ser afastado da política brasileira. Atrapalha, e muito, na tentativa de reconstruir um ambiente menos hostil de um país dilacerado por uma guerra ideológica mesquinha, forjada em teses mirabolantes e distantes da realidade.

Ao comparar o Norte e Nordeste a “vaquinhas que produzem pouco” e o Sul e Sudeste a “vaquinhas que produzem mais”, defendendo a união destes contra àqueles, Zema extrapola o limite razoável do emprego de figuras de linguagem. Ingressa, de forma lamentável, no preconceito.

Depois da repercussão negativa, aliás, ele tentou justificar o que disse. Afirmou que não teve a intenção de propor qualquer tipo de separatismo.

O remendo, contudo, não convence. Recentemente o governador mineiro já havia escorregado na bola ao tratar de programas sociais. 

Na verdade, o discurso é um pouco de saudade dos tempos da Política do Café com Leite, que dominou o Brasil até o anos trinta. Naquela época apenas paulistas e mineiros conseguiam chegar ao comando do país. Dicotomia que há décadas foi, felizmente, desfeita.

Apesar dos atropelos, o Nordeste é hoje muito mais desenvolvido e unido em torno de suas bandeiras. O Consórcio Nordeste é um exemplo disso. A região aprendeu a se impor no debate nacional e mostra que é, imprescindível, para o desenvolvimento do país.

Coisa que, vez por outra, líderes sulistas não querem reconhecer. Zema olha para o passado. Um retrovisor de nostalgia de uma carcomida Era do Café com Leite.

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Fonte: Jornal da Paraíba

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