Dois ex-funcionários de Gal Costa entraram com dois processos trabalhistas, de mais de R$ 1 milhão, contra o espólio da cantora e a ex-companheira dela, Wilma Petrillo. Em entrevista ao “Domingo Espetacular”, exibida na noite deste domingo (7) na Record, Luciana de Souza Santos e Ed Wilson fizeram denúncias de maus-tratos e irregularidades no período em que trabalharam na casa da artista, incluindo atrasos de salários e proibições de fazer as mesmas refeições da família.

Ao jornalístico, a empregada doméstica revelou ter trabalhado na residência durante 5 anos, a partir de 2017. Ela comparou o serviço a “exploração” e “escravidão”. “Limpar, lavar, passar. Passear com os cachorros. E cuidar do Gabriel [Costa, filho da cantora] também“, explicou. Luciana contou que nunca teve férias e que os atrasos de pagamentos eram frequentes.

Nunca tive férias, não, moça“, desabafou. “Tinha vezes que ela pagava. Ficava dois meses sem pagar. Ficava três meses. Uma vez dava um pouquinho em dinheiro, outra dava em cheque. Tinha que cobrar bastante a Gal Costa, para ela poder pagar. Ela dizia que esquecia. ‘Eu vou pagar hoje, Lulu’. Ela me chamava de Lulu“, acrescentou.

De acordo com a ex-funcionária, o acordo inicial previa registro na carteira de trabalho. “Dar R$ 2 mil na carteira e, por fora, me dava o resto. Isso foi combinado, mas ela pediu a carteira, ficou lá no escritório dela, na casa dela“, expôs ela. “Eu trabalhava, trabalhava, trabalhava e não me davam nada. Nem condução, me enrolou muito“, contou.

Além de não receber dinheiro para transporte, Luciana afirmou nunca ter recebido comida da família. Segundo ela, as refeições chegavam em marmitas, no entanto, apenas para os familiares. “A tapioca não podia comer porque era da Gal Costa. O pão, lá, não podia comer, porque era do Gabriel. A vitamina de banana não podia ‘comer’ porque era da Wilma“, relatou.

Luciana e Ed não recebiam condução e alimentação. (Foto: Arquivo Pessoal; Reprodução/Record)

A empregada falou que foi repreendida pela cantora depois de se servir com uma porção de feijoada. “Eles não gostavam que eu pegasse a feijoada. Ela ficou muito brava, falou um monte. É muito humilhante. A pessoa está com fome, não poder comer. Um monte de comida lá, não poder comer“, desabafou.

A reportagem, ainda, mostrou um suposto áudio de Petrillo chamando a atenção da empregada doméstica por encher a máquina de lavar até a tampa com roupas. Em mensagem de voz, Luciana respondeu: “Trabalhei mais de 12 horas, Wilma. Dois horários fiz na sua casa. Dois horários. Você reclama de mim ainda, Wilma! Você e a Gal Costa. Eu fiz dois horários, sem comer nada“.

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A empregada doméstica também contou detalhes da relação de Gal com Petrillo, empresária que cuida do inventário e diz ter vivido com a artista por mais de 20 anos. “Eu nunca vi carinho, não. Eu via mais briga“, afirmou.

Ed Wilson, marido de Luciana, igualmente trabalhou para a família de Gal, como um “faz-tudo”. Ele explicou que começou a prestar serviços na residência após a esposa alegar cansaço pelo excesso de trabalho. “Eu limpava os banheiros, eram cinco que tinham que limpar. Tinham os vidros pra tirar as manchas de mãos, tinha que levar o Gabriel para o shopping. Em qualquer lugar, era com o meu carro e eles não davam dinheiro algum, nem para combustível. A Gal Costa sempre falava que ia me contratar como motorista, mas não contratava“, relatou.

Em 2022, mesmo ano da morte da artista, Luciana percebeu que ficou sem receber por cerca de um ano, apesar de Wilma mostrar comprovantes de depósitos bancários por envelope, tipo de transação em que o dinheiro aparece na conta por um dia, mas que, de acordo com informações do dominical, pode sumir depois.

O que dizem os advogados

O advogado que representa o casal já ganhou outro processo trabalhista contra o espólio de Gal em duas instâncias, no valor de R$ 400 mil. Agora, entrou com dois processos judiciais, de R$ 1,141 milhão, um em nome de Luciana, outro em nome de Ed. “Ao lembrarem desses episódios, eles choravam. Realmente, é algo que demonstra toda uma relação que era de exploração. Pelo nível de simplicidade deles, eles acabavam aceitando esse tipo de situação“, afirmou o profissional.

Os advogados que representam Wilma Petrillo informaram ao “Domingo Espetacular” que não vão se manifestar sobre o caso. A empresária também não atendeu às ligações do jornalístico. Os profissionais que representam Gabriel também não quiseram gravar entrevistas. Assista à reportagem completa:



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Fonte : Hugo Gloss

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