São Paulo – A Justiça de São Paulo condenou no último dia 24 dois suspeitos de planejar o assassinato do promotor de Justiça Lincoln Gakiya e de autoridades ligadas ao sistema carcerário do estado. O plano, descoberto em 2019, teria sido articulado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), de acordo com o Ministério Público de São Paulo.

Carlos Alberto Damásio, o “Malboro”, foi condenado a 10 anos e 9 meses de prisão, e Roberto Cardoso de Aguiar, o “Viola”, a 9 anos de prisão, ambos por organização criminosa. A sentença foi proferida pelo juiz Deyvison Heberth dos Reis, da 3ª Vara Criminal de Presidente Prudente.

De acordo com a denúncia apresentada pelo MP-SP, “Malboro” e “Viola” escreveram bilhetes com instruções para mapear a rotina de agentes públicos para eventuais execuções. As ameaças seriam uma resposta ao plano anunciado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no fim de 2018, de transferência de lideranças do PCC para presídios federais.

“Não se pode olvidar que as missivas ameaçadoras, especialmente em relação ao Promotor de Justiça Lincoln Gakiya, tiveram como pano de fundo o pedido por ele formulado que tinha por objeto a transferência de pessoas apontadas como integrantes da cúpula da Orcrim para penitenciárias federais, havendo apreensões de outras missivas em outras unidades prisionais do Estado de São Paulo”, diz o juiz Deyvison Heberth dos Reis.

A denúncia do MP-SP narra que o primeiro manuscrito com a identificação de “Malboro” foi encontrado por agentes penitenciários, em janeiro de 2019, no pátio da Penitenciária de Junqueirópolis. No dia seguinte, diz o MP, foram encontrados outros manuscritos na cela de “Malboro”.

Na denúncia, o Ministério Público diz que os manuscritos foram submetidos à perícia e foi descoberto que parte deles teria partido do punho de Roberto Cardoso de Aguiar, o “Viola”. Ele teria admitido que enviou papéis a “Malboro”, alegando que os conteúdos não eram ilícitos.

Transferência de “Marcola”

Em 13 de fevereiro de 2019, Marcos Willians Herbas Camacho, o “Marcola”, e outras 21 lideranças do PCC foram transferidos para os presídios federais de segurança máxima de Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Brasília (DF).

A transferência ocorreu meses após a descoberta do plano para matar autoridades e de tirar lideranças da facção do sistema prisional.

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Por Metrópoles

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