O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta sexta-feira (11), falou sobre sua relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O presidente vem sendo pressionado pelos partidos do Centrão, incluindo o PP de Lira, pela conclusão de uma reforma ministerial.

“Lira é nosso adversário político desde que o PT foi fundado. Ele é nosso adversário e vai continuar sendo adversário. Nós temos momento de campanha em que nós vamos nos xingar, falar mal um do outro”, disse Lula durante a cerimônia de lançamento do Novo PAC, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Lira estava na plateia.

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“Mas quando termina a eleição e cada um assume seu posto, ele não está aqui como Arthur Lira. Ele está aqui como presidente de uma instituição  que o Poder Executivo precisa mais dela do que ela do Poder Executivo”, acrescentou o presidente.

Lula disse que “não é o Lira que precisa de mim”. “Eu é que mando os projetos feitos pelos ministros, pela sociedade. Eu é que preciso dele para colocar em votação”, completou.

“É como nós dirigentes sindicais. A gente passa a semana inteira na porta da fábrica xingando o patrão, mas quando a gente senta para conversar com ele, a gente senta de forma civilizada e a gente quer que ele atenda nossa reivindicação. É esse comportamento que nós temos que ter para poder consolidar o processo democrático nesse país. É a convivência democrática na adversidade”, concluiu, sendo aplaudido de pé pelos presentes.

No início de sua fala, o presidente chegou a criticar os membros da plateia que vaiaram a presença de Lira e do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

“A gente fica muito incomodado porque as pessoas são nossos convidados. Temos que compor com as pessoas que fazem parte da sociedade. O governador do Rio não está aqui porque ele quer estar aqui. Ele está aqui porque nós convidamos. Eu me sentiria muito deprimido se eu fosse num ato em Goiás, convidado pelo [Ronaldo] Caiado [governador de Goiás], e o pessoal me vaiasse. Eu ficaria constrangido”, disse Lula.

Novo PAC

O governo federal lançou nesta sexta-feira (11), no Rio de Janeiro (RJ), mais uma versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com previsão de investimentos de R$ 240 bilhões.

De acordo com o governo federal, a nova edição mira em retomar as obras paradas e acelerar as que até hoje estão em execução são dois pilares do programa.

“Começa pelas obras inacabadas, serão prioridade”, afirmou o senador Otto Alencar (PSD-BA). Depois, viriam os pedidos de governadores e, em seguida, as prioridades dos ministérios.

O Novo PAC está organizado em nove eixos de investimento e cinco grupos de medidas institucionais.

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A data de lançamento do Novo PAC, foi adiada algumas vezes, pois a ideia era esperar uma definição sobre o projeto do novo arcabouço fiscal. Porém, o projeto ainda aguarda aprovação na Câmara dos Deputados, após a primeira versão aprovada na Casa ter sido modificada pelo Senado.

Assim como os programas anteriores, o Novo PAC tem foco em projetos de infraestrutura, como energia e logística, mas, desta vez, considera também inclusão digital, transição energética, ciência e tecnologia e educação e saúde.

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, deve ser o ‘comandante’ do programa. A previsão é começar o programa com uma obra em cada estado.

A nova edição do PAC será lançada com a “sombra” de outros dois “PACs” que nunca foram, de fato, concluídos. Quando as duas primeiras edições do PAC foram “finalizadas” – ainda que não de forma oficial, em 2016 – 16,8% das mais de 29 mil obras anunciadas em sete anos foram concluídas, conforme um levantamento divulgado pela Inter.B Consultoria, feito pelos economistas Cláudio Frischtak e Julia Noronha.

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Fonte : CNN BRASIL

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