Um dos suspeitos de ter sido recrutado pelo grupo radical libanês Hezbollah prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na noite desta sexta-feira (10/11). A corporação também cumpriu um mandado de busca e apreensão em Goiás no âmbito da operação que investiga o recrutamento de brasileiros para atacar prédios da comunidade judaica. A ação foi batizada de Operação Trapiche.

Desde a última quarta-feira (8/11), a polícia cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária por suspeita de envolvimento com o grupo radical. Os agentes investigam possíveis movimentações financeiras entre o grupo terrorista e brasileiros que estariam sendo cooptados.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou o assunto em um evento no Palácio da Justiça, em Brasília. “As informações que estão circulando dão conta da seriedade da investigação, na medida em que todos os meios usuais estão sendo utilizados; portanto, há investigação de fluxos financeiros, de comunicação, por mensagens telefônicas. Esse é um caminho a ser percorrido. E, de fato, há a identificação de certos indícios que podem ou não confirmar a conduta criminosa”, afirmou o ministro.

O objetivo da investida policial é interromper atos preparatórios de terrorismo e obter provas de possível recrutamento de brasileiros para a prática de atos extremistas no país. Os alvos são terroristas ligados ao Hezbollah e que planejavam ataques em diversos estados do Brasil.

Recrutadores e recrutados devem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 15 anos e 6 meses de reclusão.

Os crimes previstos na Lei de Terrorismo são equiparados a hediondos, considerados inafiançáveis, insuscetíveis de graça, anistia ou indulto. O cumprimento da pena para esses crimes se dá inicialmente em regime fechado, independentemente de trânsito em julgado da condenação.

O que é Hezbollah

O Hezbollah é uma organização libanesa que surgiu durante a guerra civil naquele país, na década de 1980. Influenciado pelo Irã e apoiado pela Síria, o grupo concentra-se na resistência contra Israel e na promoção da influência xiita no Oriente Médio.

A organização surgiu em resposta à ocupação israelense do sul do território libanês. Apoiado pelo Irã, o Hezbollah se tornou uma força de resistência contra Israel. Sua ala militar é considerada uma das mais poderosas da região e lançou ataques contra alvos israelenses.

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Por Metrópoles

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