Israelenses libertados do cativeiro em Gaza voltaram a se reunir em seu devastado vilarejo fronteiriço, nesta terça-feira (16), para realizar uma cerimônia solene para marcar o primeiro aniversário de um bebê de uma família ainda mantida como refém.

Kfir Bibas tinha 8 meses de idade quando homens armados palestinos liderados pelo Hamas invadiram o Kibbutz Nir Oz, em 7 de outubro, como parte de uma onda de assassinatos no sul de Israel, e se tornou o mais jovem de cerca de 240 pessoas levadas de volta para a Faixa de Gaza como reféns.

O Hamas afirmou que Kfir, seu irmão Ariel, de 4 anos, e sua mãe, Shiri, foram mortos na ofensiva israelense que se seguiu, enquanto seu pai, Yarden, sobreviveu. Mas, na ausência de confirmação israelense, parentes e amigos em Israel se recusam a perder a esperança de que toda a família seja salva em segurança.

Balões laranjas, uma referência à cor do cabelo de Kfir, foram colocados no jardim de infância abandonado de Nir Oz, e suas fotos sinalizavam os lugares em uma mesa onde os celebrantes deveriam estar sentados.

“Estamos comemorando o aniversário de uma criança que não está aqui. Fizemos um bolo para ele, colocamos balões, fotos, bênçãos e tudo mais, e ele não está aqui”, disse à Reuters Yosi Shnaider, primo de Shiri. “É uma loucura”.

Kfir completaria 1 ano de idade na quinta-feira (18), quando teria passado um terço de sua vida como refém. Enquanto isso, Nir Oz ficou congelada no tempo e no trauma, com mais de um quarto dos moradores mortos ou levados em cativeiro, e os sobreviventes tendo fugido.

Israel recuperou cerca de metade dos reféns em uma trégua em novembro, entre eles Sharon Alony Cunio, moradora de Nir Oz, e suas filhas gêmeas Emma e Julie, de 3 anos. No entanto, o marido de Cunio continua incomunicável em Gaza, junto com outros 131 reféns.

A preocupação com o destino deles toma conta de um país que, após o pior ataque de sua história, se assentou na determinação sombria da guerra, especialmente porque as autoridades israelenses, com base em várias fontes de informação, dizem que pelo menos 25 reféns morreram em cativeiro.

“Não consigo dormir. Sofro de pesadelos. As meninas perguntam constantemente sobre o pai”, disse Cunio, que visitou sua casa, agora destruída, na antes pacata comunidade agrícola.

“Acordo de manhã com um único objetivo: David me fez prometer a ele que lutaria por ele. Que eu gritaria seu desespero para o mundo, já que ele é incapaz de fazê-lo.”

Na segunda-feira (15), o Hamas divulgou um vídeo que mostra os corpos de dois outros reféns que, segundo o grupo, foram mortos em um ataque israelense. Sem confirmar as mortes, Israel contestou o relato do Hamas no vídeo, que considerou “tortura psicológica”.

Mediadores egípcios e do Catar têm tentado costurar uma nova trégua que possa libertar mais alguns reféns, mesmo quando Israel continua com sua ofensiva devastadora para destruir o Hamas, e os militantes palestinos prometem continuar lutando.

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Fonte : CNN BRASIL

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