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Falar sobre o município de Poço de José de Moura, no Sertão paraibano, é contar uma trajetória de amor, perseverança e muita religiosidade. A cidade — encantadora por suas belezas naturais, atividades culturais e delícias culinárias —, está inserida na Rota Vale dos Dinossauros, iniciativa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas na Paraíba (Sebrae-PB), por meio do programa Agentes de Roteiros Turísticos (ART). Por meio do ART, o Sebrae visa fomentar o turismo criativo no Brasil e valorizar as atividades econômicas regionais, a partir de ações estratégicas, com foco na geração de emprego e de renda.

A história por trás do curioso nome dado ao município revela um pouco de sua riqueza humana e cultural. Tudo começou em 1825, quando o vaqueiro Gonçalo de Moura — considerado o primeiro a pisar no que se tornaria solo poçomourense — fez pousada em um lugar que lhe chamara atenção em meio a um terreno seco: a área possuía uma porção de capim verde de onde jorrava água, de maneira semelhante a um poço. Dali, seria derivada a denominação da localidade, onde Gonçalo construiu um abrigo para seu rebanho e, em seguida, se estabeleceu.

Mas foi o filho do vaqueiro pioneiro, José Alves de Moura (ou Zé de Moura, como também era conhecido), que se tornou fundador da cidade. Figura reverenciada até os dias atuais pela população poçomourense, José de Moura foi um influente rezador, benzedor e curandeiro da comunidade, tendo fundado, inclusive, a Igreja Matriz do município — dedicada ao santo de sua devoção, São Geraldo Majella. Em frente ao templo, a propósito, um grande monumento foi erguido para homenagear José de Moura, com uma estátua da querida personalidade trajando uma camisa listrada, típico hábito que usava para receber os fiéis locais. Os restos mortais do fundador do município, falecido no dia 15 de julho de 1966, também estão conservados em um pátio próximo à igreja.

Além de sua popularidade entre os habitantes da região, o legado do líder poçomourense é um forte atrativo turístico da cidade, frequentemente visitada por religiosos que buscam conhecer detalhes de sua história e relatos sobre José de Moura, bem como pagar promessas. O município apresenta, porém, diversos outros pontos turísticos que merecem ser conferidos.

Reverenciado por moradores da cidade, legado de José de Moura atrai muitos turistas, que buscam conhecer detalhes de sua trajetória

Música e dança exaltam raízes e mudam vidas

De acordo com a secretária de Cultura e Turismo de Poço de José de Moura, Sintia Maiara de Oliveira, a Prefeitura Municipal tem buscado fortalecer ações para o desenvolvimento turístico da cidade. Nesse sentido, a gestora considera importante a inclusão do município na Rota Vale dos Dinossauros — que abrange, ainda, atrações históricas, culturais e gastronômicas em Sousa e Joca Claudino. “Nós estamos trabalhando para fortalecer o turismo, já que temos diversos atrativos, e estamos, agora, inseridos na Rota Vale dos Dinossauros. É uma oportunidade para trazer novas pessoas a conhecerem, in loco, a história da nossa cidade”, salienta Sintia. 

Grupo do Reisado e Memorial Zé de Moura são algumas das atrações de destaque para os visitantes, exibindo toda a riqueza cultural do município | Fotos: Teresa Duarte

Entre as atrações turísticas de destaque no município, a secretária indica: o Memorial Zé de Moura, que abriga um amplo acervo histórico relacionado ao fundador, com diversos objetos preservados da década de 1960; o grupo do Reisado local, mais uma criação do próprio José de Moura, que prossegue ativo até hoje; e a Cacimba do Gado, uma praça agradável, que não apenas reúne monumentos representativos de características marcantes da história da cidade, mas também oferece uma vista privilegiada do pôr do sol.

Outro atrativo de sucesso são os passeios a cavalo pelas paisagens rurais do município, que proporcionam uma autêntica experiência de vivência sertaneja, levando os visitantes por caminhos que revelam as belezas escondidas da região.

 Arte e inclusão

Também vale prestigiar o trabalho da Associação Cultural Pisada do Sertão, que atua em Poço de José de Moura desde 2004. Fundada e dirigida por Ana Neiry de Moura, com apoio da gerente operacional Rafaella Lopes, a organização se originou de um grupo de danças regionais composto por jovens e adolescentes que buscavam encontrar, na arte, uma oportunidade de ressignificar sua condição de ociosidade e vulnerabilidade social. Reconhecendo a cultura como instrumento de inclusão e desenvolvimento humano, a Pisada do Sertão passou a proporcionar a formação de novos líderes na comunidade local. 

Na Vila do Sertão, jovens valorizam manifestações populares | Fotos: Teresa Duarte

Devido a esse impacto tão positivo, a iniciativa é hoje reconhecida em todo o cenário nacional. Um de seus instrumentos mais importantes é a Vila do Sertão, espaço dedicado a atividades de valorização da cultura nordestina — como a arte, a dança e a música — e ao fomento ao empreendedorismo e ao desenvolvimento sustentável do território.

“A Pisada do Sertão tem um trabalho relevante, que é de extrema importância no município, pois trabalha não apenas com as crianças, mas também com suas famílias. Para nós, do Poder Público municipal, é uma colaboração importante em relação a cultura, empreendedorismo e educação”, enfatiza a secretária de Cultura e Turismo poçomourense.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 14 de setembro de 2024.


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A União

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