Em 17 de novembro de 2023, uma paciente sedada foi vítima de estupro numa clínica de saúde mental em que estava internada. O caso aconteceu no Hospital Reluzir, em Aldeia, Camaragibe, no Grande Recife, e as câmeras de segurança do local registraram a ação. A gravação veio à tona nesta quarta-feira (19).

A denúncia foi feita pelos familiares da mulher de 30 anos, que estava internada na clínica particular para tratar de uma crise de depressão.

Nas imagens obtidas pelo g1, é possível ver o momento em que o vigilante se aproxima da vítima durante a madrugada, por volta das 4h26. A moça estava deitada sozinha numa cama, quando o homem, vestindo a farda e o colete, colocou a mão por baixo do lençol que a cobria. Após tocar várias partes do corpo da paciente, o segurança deixou o local.

Com a repercussão, a advogada da família, Maria Eduarda Albuquerque, se manifestou e detalhou a reação da mulher. “Encaminharam ela (a vítima) para uma ala masculina, porque houve uma admissão e a pessoa que entrou estava muito exaltada. Colocaram nessa outra ala para ela dormir. E o segurança cometeu o crime. Isso foi de uma quinta para sexta e ela ficou desesperada. Tinha tomado medicação, mas estava acordada quando aconteceu”, contou.

Ainda segundo Albuquerque, a vítima fechou os olhos e “queria que aquilo acabasse”. Seus familiares só foram notificados horas após o crime, quando foram chamados a comparecer na clínica, na manhã seguinte.

“Além de ter sido estuprada, ela ficou sozinha lá, pedindo pela família, sem conseguir dormir, com medo de esse homem voltar a qualquer momento. E só foi avisado isso na sexta-feira à noite, para dizer que fosse lá no sábado de manhã. É uma série de atrocidades nesse caso”, declarou Maria Eduarda.

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Após o episódio, a família retirou a mulher da clínica e registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Camaragibe. Entretanto, o quadro de depressão da vítima apresentou uma piora significativa. “Ela está em outra clínica. Foi uma situação que a tirou do eixo completamente. Ela teve alguns acessos de estranhar o próprio corpo, de não querer viver (…). A mãe tirou [a paciente da unidade], passou um tempo com ela em casa, foi quando ela teve alguns acessos, inclusive tentando se matar. E foi necessária uma internação novamente”, explicou a advogada.

Albuquerque destacou, ainda, que o Hospital Reluzir não prestou qualquer assistência à paciente ou seus familiares. “Eles se sentiram totalmente abandonados pela clínica, de dar algum tipo de assistência ou algum valor em dinheiro para respaldar um tratamento. Nada. Inclusive, até falei com um advogado de lá e pedi para que analisasse algum tipo de proposta. (…) A resposta foi ‘não’ e que a gente tomasse as medidas cabíveis”, expôs.

Um inquérito foi conduzido pela Polícia Civil e concluído recentemente. O vigilante foi indiciado por estupro e o caso encaminhado para o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Nos seis meses que sucederam o crime, o homem estava foragido. O g1 questionou as autoridades sobre o paradeiro do vigilante, mas não obteve resposta.



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Fonte : Hugo Gloss

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