A Polícia Civil de São Paulo investiga a morte do piloto argentino, Lorenzo Somaschini, de 9 anos. O 48º Distrito Policial (Cidade Dutra) será o responsável pelo caso. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um boletim de ocorrência foi registrado como morte suspeita.

Lorenzo veio a óbito na segunda-feira (17), três dias após realizar seu primeiro treino no Autódromo de Interlagos. Ele teve um excesso de velocidade na saída da curva do Pinheirinho, sofreu um highside (uma queda) e foi jogado por cima da moto. O garoto ficou internado em estado grave no Hospital Albert Einstein, mas não resistiu aos ferimentos.

Somaschini era um dos participantes do “SuperBike Brasil”, um dos principais campeonatos de motovelocidade do mundo. O piloto integrava a competição na categoria “Honda Júnior Cup”, voltada para crianças e adolescentes de 8 a 18 anos, com motocicletas de 160 cilindradas adaptadas e preparadas para a disputa.

Em entrevista ao veículo argentino, “Cadena 3”, Diego Pierluigi, técnico de Lorenzo, deu mais detalhes da tragédia. “Lolito queria chegar ao Campeonato Mundial, queria ser piloto do Campeonato Mundial de MotoGP. Este é um esporte arriscado (…) Isso é algo mundial, não é uma coisa que inventamos, não é que colocamos um menino em risco”, salientou. “Lolo caiu sozinho, foi uma tragédia. Lolo bateu no chão com a parte inferior do pescoço. Tudo se uniu para nos levar a essa tragédia”, acrescentou ele.

Lorenzo ao lado do treinador (Foto: Reprodução/Instagram)
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O treinador também desabafou sobre a perda do piloto. “Queremos lembrar do Lorenzo como o menino com seu sonho de MotoGP. Que isso foi uma tragédia, foi uma tragédia que ninguém imaginou. Mas se olharmos o número de corridas e provas de moto que há e as vítimas mortais, a porcentagem é mínima. Mas hoje é uma criança, então isso causa mais dor”, declarou Pierluigi.

Em seguida, ele afirmou que a família de Lorenzo está “destruída com a situação”. “Agradecemos a todas as pessoas que nos enviaram mensagens, a todos aqueles que não nos deixaram sozinhos um só minuto. Estamos longe de casa, estamos em outro país. Imaginem estar longe de todos os nossos entes queridos vivendo esse momento. Obrigado a todos”, acrescentou.

Diego ainda mencionou os comentários na internet sobre o caso. “Como podem escrever algo assim [ruim]? Não sei o que dizer para elas, mas é incrível que ainda existam pessoas que conseguem publicar na rede social de um pai ou enviar uma mensagem dizendo coisas ultrajantes”, concluiu. Por fim, o treinador informou para a imprensa argentina que estava aguardando o exame necroscópico para levar o corpo de Lorenzo para Rosário, onde a família dele mora.

Piloto argentino treinava para uma das etapas da SuperBike Brasil (Foto: Reprodução/Instagram)

Além da organização do SuperBike, a Confederação Brasileira de Motociclismo também se pronunciou. “A CBM, através de seu Presidente, vem, por meio deste expressar seu mais profundo pesar pelo falecimento do jovem piloto argentino, Lorenzo Somaschini. A CBM gostaria de esclarecer que a competição SuperBike Brasil, na qual o acidente ocorreu, não é homologada por esta entidade, conforme nota oficial amplamente divulgada, no dia 27 de março de 2024, e enviada através de ofício aos autódromos e entidades relacionadas”, apontou.

O órgão reiterou seu posicionamento e destinou a mensagem para a família do argentino. “A CBM não possui vínculos com a organização do evento em questão. Neste momento de dor, estendemos nossas sinceras condolências à família, amigos e a todos que compartilharam da trajetória de Lorenzo. Que possam encontrar conforto e força para superar esta perda inestimável”, finalizou o comunicado.

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A prefeitura de São Paulo se manteve à disposição para “contribuir para apuração das circunstâncias do acidente”. “A administração do Autódromo de Interlagos lamenta profundamente a perda do jovem piloto argentino Lorenzo Somaschini, de 9 anos, em decorrência de um acidente no primeiro treino livre da Jr Cup, da 4ª etapa do SuperBike Brasil. O evento tem a supervisão da Associação dos Pilotos de Motovelocidade”, informou.

“A gestão do autódromo informa que realiza a cessão onerosa da pista para eventos mediante a exigência de dispositivos de segurança rigorosos, conforme acordo com o Ministério Público. O local também possui homologação nacional da Confederação Brasileira de Motociclismo para provas de motovelocidade”, concluiu.



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Fonte : Hugo Gloss

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