Criar uma cultura de diversidade geracional é um dos grandes desafios contemporâneos nas empresas. O Censo Demográfico, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em outubro deste ano, mostra que a proporção de pessoas com 65 anos ou mais passou de 4% em 1980 para quase 11% da população brasileira em 2022, a maior proporção para essa faixa etária desde que o censo é realizado no país.

O envelhecimento, contudo, pode virar um empecilho na hora de conseguir emprego. O termo etarismo é definido pela Organizações das Nações Unidas como: estereótipos (como pensamos), preconceitos (como nos sentimos) e discriminação (como agimos) em relação às pessoas com base na idade que têm. Na tentativa de diminuir essa intolerância entre gerações, empresas têm buscando o conceito de zero etarismo.

No Instituto J&F, entre todos os colaboradores, 25% têm mais de 50 anos, entre as lideranças, 42%, entre os professores, 50%, e, na diretoria, 100% dos profissionais estão nessa faixa etária e metade tem mais de 60 anos.

João Audi, de 63 anos, diretor do Instituto, trabalha no grupo há dois anos e faz mentoria com jovens.

“Eu nunca pensei que com essa idade teria a oportunidade de passar parte do meu conhecimento na formação profissional e pessoal desses jovens. Tem sido muito prazerosa essa convivência, essa linha de duas mãos, de aprender e também de ensinar”, disse.

Essa oportunidade também aparece no dia a dia de trabalho da Tim, onde o cuidado começa na contratação.

“Nos processos seletivos, a gente estimula que as diferentes gerações se inscrevam para todas as vagas. Hoje, mais de 20% dos nossos estagiários têm acima de 30/40 anos, então não existe qualquer tipo de limite”, conta Alan Kido, executivo de diversidade da Tim.

Uma pesquisa realizada pela plataforma Maturi com quase 5 mil pessoas aponta que 93% dos profissionais com 50 anos ou mais estão buscando recolocação, só que ainda há uma lacuna crescente entre a necessidade e a oportunidade nas organizações.

“É um tema que antes não era prioritário, não chamava atenção, as empresas estavam focadas na questão de raça, gênero ou opção sexual, pessoas com deficiência. E agora entendem que além desses pilares, a diversidade de idade também é muito importante porque agora eles estão também percebendo que tem todas as gerações trabalhando juntas, quatro, cinco gerações trabalhando juntas, disse Mórris Litvak, CEO da Maturi.

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Fonte : CNN BRASIL

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